Justiça torna ré diretora do Flamengo que atacou nordestinos
A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) -contra a diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, por postagem preconceituosa contra nordestinos. Ângela é casada com o presidente do clube, Rodolfo Landim. A denúncia foi aceita pelo juiz Marcelo Luzio Marques Araújo, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
A ação foi impetrada pelo MPF devido a uma postagem compartilhada pela diretora do Flamengo, logo após a vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2022. O texto publicado por Ângela em apoio a Jair Bolsonaro (PL) no Instagram dizia: “Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias, bora trabalhar, pq se o gado morrer o carrapato passa fome”.
Segundo o MPF, a publicação teve o propósito de disseminar a ideia de que o povo nordestino não trabalharia e de que viveria às custas da riqueza, do esforço e da competência de cidadãos que habitam outras regiões do país. “A mensagem, de caráter racista e xenofóbico, foi motivada pela massiva votação que o candidato vencedor do pleito eleitoral obteve na região nordeste”, informa nota divulgada pelo MPF.
A bolsonarista chegou a fazer campanha para o ex-presidente depois da conquista da Libertadores de 2022, em Guayaquil. Em um post, ela fez o sinal com o 22, número de Bolsonaro na eleição, e escreveu: "Vencemos uma. Falta a outra".
Lula obteve 69,34% dos votos na região Nordeste, enquanto Bolsonaro ganhou nas demais regiões.
Preconceito de raça e cor
Com a aceitação da denúncia, a diretora do clube se torna ré pelo crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, através do uso das redes sociais (Lei 7.716/89).
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