Justiça condena oito acusados de integrar milícia em Itaboraí
O juízo da 1ª Vara Criminal de Itaboraí condenou, na noite desta segunda-feira (8/3), oito pessoas por envolvimento com um grupo miliciano que atua no município de Itaboraí. As investigações que levaram às condenações são resultado da Operação Salvator, coordenada pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) e deflagradas em julho de 2019.
O processo possui, ao todo, 77 réus. As acusações contra o grupo são por crimes de homicídios, extorsões e desaparecimentos. Os condenados são um policial militar, dois advogados e outras pessoas apontadas como membros da organização criminosa. Veja:
Antônio Cláudio Quintanilha, policial militar, foi condenado a 10 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado. Segundo a Justiça, ele teria participado de ataques e execuções criminosas contra grupos rivais, atuou no núcleo mais violento da organização na disputa contra o tráfico de drogas.
Alvaristo Assis Júnior, advogado, foi condenado a 6 anos, 1 mês e 15 dias de reclusão em regime semiaberto, com direito a apelação em liberdade. De acordo com o processo, Alvaristo é apontado como responsável por prestar auxílio a integrantes da quadrilha e por ter repassado informações sobre a movimentação da investigação na DHNSG.
Tânia Monique Faial Corrêa, advogada, foi condenada a 7 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado, com direito a apelação em liberdade. Ela é apontada como responsável por fazer a ligação entre a milícia, agentes de segurança pública e traficantes de droga. Ela também responde por uma suposta participação no homicídio de um agente penitenciário em 2013.
Mayson Cesar Fideles de Santana é marido de Tânia Corrêa e foi condenado a 7 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado, com direito a apelação em liberdade. Ele foi flagrado durante uma interceptação telefônica em várias conversas. Em uma delas, ele intermediava o funcionamento de um estabelecimento comercial em uma região dominada pelo tráfico de drogas.
Vilson Alves Andrade é apontado como uma espécie de "corretor" do grupo e foi condenado a 7 anos, 10 meses e 15dias de reclusão em regime fechado, com direito a apelação em liberdade. Ele foi o responsável por intermediar uma negociação de imóveis na região.
Rhuan Fernando de Souza Macieira é apontado como responsável por extorsões a moradores com uso de armas de fogo e foi condenado a 10 anos e 6 meses de reclusão. Também é acusado de ser o responsável por monitorar a movimentação nos bairros controlados pela milícia.
Delano Xavier de Mendonça, condenado a 10 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado, é apontado como responsável pela cobrança da taxa de segurança, pela ronda armada da região e de atuar na vigilância e monitoramento. Delano também foi identificado pela DHNSGI durante a investigação sobre a Chacina realizada no bairro Marambaia, em Itaboraí, em janeiro de 2019, onde dez pessoas foram executadas pela quadrilha.
Filipe da Costa Pimentel, condenado a 8 anos e 9 meses de reclusão em regime semiaberto, é apontado como responsável por fazer as rondas armadas na região dominada pelo grupo paramilitar. Segunda a investigação, ele recebia R$500 a cada quinze dias para realizar o serviço. Durante uma prisão em flagrante feita ao longo das investigações em 2019, Filipe confessou fazer parte da quadrilha.
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