Lauicom agradece Assange por queixa-crime contra Fundação Nobel
- Da Redação
- há 29 minutos
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O fundador da plataforma WikiLeaks, Julian Assange, anunciou na semana passada que entrou com uma queixa-crime na Suécia contra o comitê organizador do Nobel da Paz por ter dado o prêmio à venezuelana María Corina Machado. O jornalista australiano alega que a líder da direita e oposição na Venezuela incitou contra o próprio país o "maior destacamento militar dos Estados Unidos no Caribe desde 1962", e por isso não deveria ter recebido a honraria. Ele pede ainda a investigação de dirigentes da fundação por abuso de confiança, facilitação de crimes de guerra e conspiração. Se a apuração não for feita em âmbito nacional, Assange pede que o caso seja levado ao Tribunal Penal Internacional.
O gesto do fundador do WikiLeaks teve grande repercussão e ganhou apoio inclusive da Universidade Internacional das Comunicações (Lauicom), em Caracas, que publicou uma declaração de respaldo e agradecimento a Assange "por sua coragem ética".
Leia a declaração na íntegra:
"Declaração | A Lauicom apoia e agradece a Julian Assange por sua coragem ética
Caracas, República Bolivariana da Venezuela
18 de dezembro de 2025.
A Universidade Internacional de Comunicações (LAUICOM) emite esta declaração pública em apoio e gratidão pela coragem ética do jornalista e ativista Julian Assange, por sua histórica denúncia criminal contra a Fundação Nobel pela distorção criminosa do propósito fundador do Prêmio Nobel da Paz de 2025.
Denunciamos a concessão do Prêmio Nobel da Paz a María Corina Machado, instigadora sistemática de violência e crimes de agressão contra a Venezuela, não como um mero descuido, mas sim como parte de uma vasta operação de guerra cognitiva de quinta geração.
Como estudiosos da epistemologia da comunicação, alertamos que estamos diante de um plano para redefinir palavras: de modo que "Paz" signifique "intervenção" e "Democracia" signifique "submissão colonial".
Julian Assange, com a clareza de quem há muito tempo sofre em primeira mão os rigores do aparato de perseguição imperialista, expôs a fraude fiduciária e moral perpetrada pelas autoridades da Fundação Nobel. Ao conceder prestígio e financiamento a um indivíduo que defende explicitamente a invasão militar da República Bolivariana da Venezuela, a Fundação Nobel não só trai a vontade de Alfred Nobel, como também se torna cúmplice de uma estrutura de crime organizado concebida para a agressão internacional, que atualmente mina a estabilidade e os direitos da Venezuela e de toda a região do Caribe.
Concordamos com Assange que o prêmio está sendo usado como cobertura diplomática para justificar o maior destacamento militar dos EUA no Caribe desde 1962. O uso do porta-aviões USS Gerald R. Ford e a movimentação de 15.000 soldados não são "exercícios de rotina", mas sim parte de uma operação de ameaça existencial que o Comitê Nobel decidiu financiar com 11 milhões de coroas suecas.
De uma perspectiva de guerra cognitiva, a premiação do ativista Machado tenta:
1. Transformar um instigador sistemático do uso da força imperialista e colonialista em um suposto porta-voz legítimo dos direitos humanos.
2. Manchar o prestígio do Prêmio Nobel da Paz.
3. Usar o prestígio de uma instituição secular para tentar quebrar a vontade de soberania do povo venezuelano, bem como de outros povos.
É imprescindível que o desvio de verbas e a colaboração sistemática com crimes de agressão e guerra, entre outros, sejam investigados.
Ecoamos também a máxima do laureado argentino com o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel: conceder este prêmio a alguém que incita uma invasão é uma zombaria e um ato de cinismo sem precedentes. A história lembrará Julian Assange não apenas como o homem que divulgou a informação, mas como o defensor da verdade que, com absoluta coerência, tentou salvar o conceito de Humanidade do sequestro supremacista-militarista pelo Pentágono.
A Universidade Internacional de Comunicação une-se ao protesto de Assange e exige:
• O congelamento imediato dos fundos suecos destinados à promoção deste ataque unilateral e absurdo.
• Fim da instrumentalização das instituições culturais e científicas europeias como agentes do Pentágono.
• Reconhecimento da informação verídica como um direito humano fundamental contra a manipulação dos meios de comunicação e a erosão da democracia.
A comunicação fortalece a comunidade e a soberania ou se torna propaganda de guerra! Obrigado, Julian Assange, por devolver à comunidade internacional da comunicação o seu rumo!
Conselho Universitário da LAUICOM"






