Lava Jato de Curitiba denuncia Lula pela quarta vez

Nesta segunda-feira (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pela quarta vez pela Lava Jato do Paraná. A denúncia se refere a quatro doações feitas pela Odebrecht ao Instituto Lula entre 2013 e 2014 no valor total de R$ 4 milhões.
Em nota, Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, afirma que as doações, classificadas pelos procuradores do Ministério Público Federal do Paraná como "dissimuladas", estão devidamente documentadas por meio recibos emitidos pelo Instituto Lula e foram devidamente contabilizadas.
A denúncia, por lavagem de dinheiro, é semelhante às feitas anteriormente pela Lava Jato, e cita ainda o ex-ministro Antonio Palocci e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Zanin lembrou que a nova denúncia contra Lula ocorre no momento em que a Lava Jato vem perdendo legitimidade e a ilegalidade de seus métodos vem sendo reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em julgamentos recentes, como o levantamento do sigilo da delação do ex-ministro Antonio Palocci, feito pelo ex-juiz Sérgio Moro às vésperas das eleições presidenciais de 2018.
"Essa nova investida da Lava Jato contra Lula reforça a necessidade de ser reconhecida a suspeição dos procuradores de Curitiba em relação ao ex-presidente, que está pendente de análise no Supremo Tribunal Federal, assim como a necessidade de ser retomado o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro — a fim de que os processos abertos pela Lava Jato de Curitiba em relação a Lula sejam anulados", diz o advogado.
A denúncia será analisada pelo juiz federal Luiz Bonat, substituto de Sergio Moro na Lava Jato no Paraná.
As novas acusações estão sob responsabilidade do novo coordenador da operação no Paraná, Alessando Oliveira, substituto de Deltan Dallagnol, que deixou a Lava Jato no início do mês após uma série de controvérsias e com várias ações contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Uma delas, movida pela defesa de Lula por causa da denúncia infundada do PowerPoint, que foi arquivada por decurso de prazo, embora tenha sido adiada 42 vezes, segundo o defensor de Lula, pelo próprio CNMP para evitar que Dallagnol fosse punido.
Lula já foi condenado anteriormente em dois processos na Lava Jato e aguarda em