Lesões com bicicleta aumentam 25% em Niterói
Dados da Prefeitura de Niterói apontam o crescimento no número de envolvidos em acidentes com bicicletas na cidade. Entre os meses de janeiro a junho de 2020, 12 pessoas se lesionaram de maneira leve ou grave. Já em 2021, foram registrados 15 feridos no mesmo período, representando um crescimento de 25%.
O estado do Rio de Janeiro, por sua vez, registrou aumento nos óbitos de ciclistas. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) apurou que entre janeiro de 2016 e julho de 2021 foram 315 mortes. Somente nos primeiros sete meses deste ano 26 pessoas perderam a vida.
Já faz tempo que adotar as bicicletas para se locomover está ligado a hábitos mais sadios e sustentáveis. A crise do coronavírus só fez crescer o número de bikes nas ruas, refletindo no comércio desse tipo de veículo. De acordo com uma pesquisa realizada pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), em 2020 houve um aumento de 50% no número de vendas em todo o Brasil.
Niterói na vanguarda
Comparado a outras cidades brasileiras, Niterói tem uma infraestrutura regular para quem deseja colocar a sua ‘magrela’ na rua. Segundo a Coordenadoria Niterói de Bicicleta, 6% dos deslocamentos realizados na cidade utilizam esse tipo de modal. Atualmente, são mais de 60 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas no município, e alguns bairros como Ingá, São Francisco, Charitas e Piratininga vêm recebendo obras para a implantação de novos traçados.
Apenas a Região Oceânica vai ganhar mais 60 quilômetros nos próximos três anos. A expectativa da prefeitura é de que até 2024 sejam mais de 120 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas.
"O movimento de ciclistas só tem a aumentar, sendo necessário o incremento da infraestrutura. Não há o que fazer, a tendência é ter um aumento no número de acidentes envolvendo bicicletas e pedestres. É preciso proteger-se", avalia Henrique Volpi, CEO da Kakau Seguros, empresa que oferece o proteção por assinatura de bicicletas, o 'Kakau Mobi'.
Ele ressalta que existem mais bicicletas do que carros no Brasil. São cerca de 50 milhões de bikes contra 41 milhões de automóveis, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para Volpi, é preciso redobrar a atenção para evitar acidentes. E com esse meio de locomoção em alta, é importante levar em conta a contratação de um seguro para bicicletas tradicionais ou elétricas.
O CEO da Kakau Seguros enumera três cuidados importantes para pedalar em segurança:
1. Use farol: Se você estiver pedalando à noite, com certeza deve usar um farol dianteiro. E, mesmo para andar durante o dia, uma luz branca e piscante pode torná-lo mais visível para os motoristas. Uma dica é usar faróis de LED, cuja bateria dura até dez vezes mais. E os faróis posicionados na cabeça ou no capacete são os melhores, porque assim você pode olhar diretamente para o motorista para ter certeza de que ele o vê.
2. Chame a atenção: Se você não consegue fazer contato visual com o motorista, acene com o braço. É mais fácil para ele ver seu braço indo para a esquerda e para a direita do que uma bicicleta vindo em sua direção. Você também pode usar uma buzina alta para chamar a atenção dos motoristas. Se parecer que o motorista está prestes a sair sem vê-lo, grite. Você pode se sentir estranho, mas é melhor ficar envergonhado do que ser atingido.
3. Vá mais devagar: Se você não conseguir fazer contato visual com o motorista (especialmente à noite), diminua a velocidade o bastante para poder parar completamente, se necessário. Claro, é inconveniente, mas é melhor do que ser atingido.
