Nobel: genialidade e expressão internacional credenciam Lucchesi
- Da Redação
- 2 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
Por José Messias Xavier
Tudo aconteceu em Roma, no Palácio Pamphili, uma elegante construção, erguida entre 1644 e 1650, em estilo barroco, que hoje é sede da Embaixada Brasileira na capital italiana. O local tem enorme importância para a cultura ocidental e, convenientemente, nessa história. O edifício fica na Piazza Navona, símbolo de séculos de evolução erudita e sobreposta ao Circus Agonalis, o estádio para competições atléticas criado a mando do imperador Tito Flávio Domiciano (51-96 a.D.). Pois ali, nos dias 15 e 16 de janeiro de 2024, foi realizado o I Colóquio Internacional Marco Lucchesi. Sim, um grandioso lugar para um grande nome, digno de liderar as indicações ao prêmio Nobel, por sua fértil e genial obra, por sua importância para a Literatura mundial e por seu profundo comprometimento com a causa humana, essencialmente o direito de todos à liberdade, à dignidade e, enfim, à vida. Escritores e intelectuais brasileiros e estrangeiros ouvidos pelo TODA PALAVRA endossam essa visão.

Organizado pelos professores Ana Maria Haddad Baptista e Federico Bertolazzi, o Colóquio reuniu palestrantes do Brasil, Itália, Portugal, Espanha, Japão, China, Angola, Sultanato de Omã e Romênia. Diversos aspectos do conjunto de obras de Lucchesi foram esmiuçados por importantes pensadores do cenário internacional, que ressaltaram a importância do autor como um dos maiores intelectuais do mundo, em atividade. O próximo evento será ano que vem em São Paulo e datas e local estão sendo definidos.
No Palácio Pamphili, a abertura ficou por conta do embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca de Souza; pela delegada para a Internacionalização da Universidade de Roma Tor Vergata, Bianca Sulpasso; e pela saudação à audiência do próprio Marco Lucchesi.
Em seguida, a obra de Lucchesi, publicada em mais de 20 línguas, foi celebrada por: Ettore Finazzi-Agrò (Universidade Studi La Sapienza/Roma/Itália); Mônica de Ávila Todaro (Universidade Federal de São João del Rei/Brasil); Montserrat Villar González(Universidade de Vigo/Espanha); Dinu Flămând (poeta, tradutor e ensaísta/Bucareste/Romênia); Carlos Paulo Martínez Pereiro (Universidade Coruña/ Espanha); Abreu Paxe (Instituto Superior de Ciências da Educação, ISCED, Luanda/ Angola); e Bruno Mazzoni (Universidade de Nápoles/ Itália).
No segundo dia, os palestrantes foram: Fabio Pierangeli (Universidade de Roma Tor Vergata/Itália); Chika Takeda (Universidade de Estudos Estrangeiros, TUFS, Tóquio/Japão); Stefano Buselatto (Unioeste/Toledo/ Brasil); Abdulrahman AI SALMI/SALIMI (Sultanate of Oman Independent Scholar); Sônia Albano de Lima (UNESP/São Paulo/Brasil); Alva Martínez Teixeiro (Universidade de Lisboa/ Portugal); Judite Maria Zamith Cruz (Universidade do Minho/Braga/ Portugal); Wang Xiaoyue (Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang/China); e Andreia Guerini (Universidade Federal de Florianópolis/Brasil).

Da ampla produção bibliográfica de Lucchesi, destacam-se “Adeus, Pirandello” (2021, romance), “O Dom do Crime” (2010; 2022, romance), “Domínios da Insônia: novos poemas reunidos” (2019, poesia), Clio (2014, poesia); “Os Olhos do Deserto” (2000, memória), “Saudades do Paraíso” (1997, memória); “Nove Cartas Para a Divina Comédia” (2021, ensaio), “Carteiro Imaterial” (2016, ensaio), “Meridiano Celeste & Bestiário” (2006, poesia), “Ficções de um Gabinete Ocidental” (2008, ensaio).
Marco Lucchesi traduziu para o português autores como Umberto Eco, Giambattista Vico, Georg Trakl, Hölderlin, Rûmî, Primo Levi, Ion Barbu, Angelus Silesius, Mohammed Iqbãl, Juan de la Cruz, dentre outros. Seus livros foram traduzidos para o árabe, romeno, italiano, inglês, francês, alemão, espanhol, persa, russo, turco, polonês, hindi, sueco, húngaro, urdu, bangla e latim.
Foi contemplado com o Premio Internazionale di Poesia Cilento, Associazione Cilento di Poesia, Itália, em 1999; Prêmio Alphonsus de Guimaraens de Poesia, pela Biblioteca Nacional, Brasil, em 2006; Prêmio Ars Latina de Ensaios, pela Sociedade Ars Latina de Craiova, Romênia, em 2009; Prêmio Machado de Assis, Brasil, em 2012; Prêmio Jabuti de Poesia, Brasil, em 2014; Prêmio Internacional da Latinidade, Academia Romena e Museu Nacional Literatura Romena, Romênia, em 2019; dentre outros.
É o atual presidente da Fundação Biblioteca Nacional, ocupa a cadeira 15 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que presidiu de 2018 a 2021, e é professor titular de Literatura Comparada na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Formou-se em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre e Doutor em Ciência da Literatura pela UFRJ, com pós-doutoramento em Filosofia da Renascença pela Universidade de Colônia, na Alemanha. Em 2016, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Tibiscus, de Timisoara, e, em 2020, o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Aurel Vlaicu, de Arad.
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