Lula critica intervenções estrangeiras na América Latina
- Da Redação
- há 4 horas
- 3 min de leitura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira (20), a soberania da América Latina e destacou que é prioridade manter a região como “zona de paz”. Ele recebeu, pela manhã, as credenciais de 28 novos embaixadores no Brasil e, em rápido discurso, criticou intervenções de países de fora da região.
“Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”, disse aos diplomatas estrangeiros.
Durante seu discurso, Lula contou que já visitou 37 países em seu terceiro mandato e fez questão de exaltar relações com a Europa, que negocia um acordo com o Mercosul, e falar sobre a COP30. Lula também abordou a escalada de tensões registrada entre países da América Latina e o governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
Para o presidente, a região passa por “um momento de crescente polarização e instabilidade”.
“Vocês serão tratados e terão atenção do Itamaraty como se fossem amigos nossos há muitos anos, porque o que nós queremos é mostrar ao mundo que nós precisamos fortalecer o multilateralismo e o multilateralismo é baseado na boa relação cordial, comercial, econômica e, sobretudo, uma relação pacífica, sem ódio, sem negacionismo e sem ferir o princípio básico da democracia e dos direitos humanos”, acrescentou.
Recentemente, o Brasil, em conjunto com a maioria dos países da América Latina, manifestaram “profunda preocupação” pela movimentação militar “extra-regional” na região do Caribe. O documento é uma referência indireta ao envio de navios, submarinos e militares pelos Estados Unidos (EUA) à costa da Venezuela.
Normalmente, Lula recebe os embaixadores em reunião privada em seu gabinete no Palácio do Planalto. Mas, por questões de agenda, nessa ocasião foi realizada uma cerimônia coletiva.
A partir de hoje, estão habilitados a despachar no país os representantes das seguintes nações: El Salvador, Albânia, Camboja, Tailândia, Tanzânia, Belarus, Quênia, Omã, República Dominicana, Burkina Faso, Bangladesh, Mauritânia, Sudão, Senegal, Uruguai, República Democrática do Congo, Suíça, Países Baixos, Bélgica, Emirados Árabes, Irlanda, Zâmbia, Áustria, Finlândia, Malásia, Gana, Líbano e Sri Lanka.
Novo presidente da Bolívia Em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira, Lula parabenizou o presidente eleito da Bolívia, Rodrigo Paz, pela vitória nas urnas neste domingo (19). Lula contou que encaminhou uma carta ao boliviano, que é senador pelo Partido Democrata Cristão (PDC), de centro-direita.
“Na carta, reitero a prioridade do governo brasileiro no relacionamento com a Bolívia, com a qual compartilhamos extensa fronteira, mas também uma relação de amizade e respeito”, escreveu.
"A Bolívia é parceira fundamental do Brasil na construção de uma América do Sul mais integrada, justa e solidária”, acrescentou Lula, que afirmou ainda que a conclusão do processo eleitoral “em clima de tranquilidade e harmonia” demonstra o compromisso da sociedade boliviana com a democracia, “que deve seguir norteando toda a nossa região”.
Em meio a uma crise econômica, a vitória de Paz sob seu rival conservador Jorge "Tuto" Quiroga marca o fim de quase duas décadas de governos do Movimento ao Socialismo (MAS), que contava com o apoio da maioria indígena do país. No entanto, o PDC não conseguiu obter a maioria legislativa, o que vai obrigar o novo presidente a firmar alianças para governar.
A plataforma aparentemente moderada de Paz, que promete manter programas sociais e promover o crescimento do setor privado, parece ter repercutido entre os eleitores de esquerda desiludidos com o MAS, fundado por Evo Morales, mas cautelosos com as medidas de austeridade e antipopulares de Quiroga.
O novo presidente tomará posse em 8 de novembro.
Com a Agência Brasil