Lula decreta intervenção federal no DF e culpa Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal. O anúncio foi feito em resposta à invasão, por hordas bolsonaristas, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. o Secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, vai assumir o comando da Segurança de Brasília.
O anúncio foi feito em Araraquara, onde o presidente foi ver efeitos da chuva. Ele disse que retornará a Brasília ainda neste domingo para checar estragos nas sedes dos três poderes.
Lula chamou os baderneiros de "nazistas" e "fascistas". Ele correlacionou a investida dos terroristas com as atitudes do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu último ministro da Justiça, Anderson Torres, que se encontra em Miami, nos Estados Unidos, onde também está Bolsonaro. O presidente prometeu severa investigação e punição dos terroristas.
A intervenção federal valerá exclusivamente para a área de segurança pública do DF e vigora até o dia 31 de janeiro de 2023. Segundo o decreto, "o objetivo da intervenção é pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública no Estado no Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos".
Segundo o presidente, houve "incompetência, má vontade ou má fé" das autoridades responsáveis pela segurança pública do Distrito Federal. Bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
"Precisamos que essas pessoas sejam punidas de forma exemplar. [...] Isso nunca tinha acontecido, nem no auge da chamada luta armada, nos anos 1970, houve qualquer tentativa de qualquer grupo fazer quebra-quebra na Praça dos Três Poderes e nos palácios", destacou.
O presidente afirmou que a democracia garante o direito de livre expressão, mas ponderou que as instituições devem ser respeitadas.
Lula comparou os manifestantes a "nazistas fanáticos" e "fascistas fanáticos" e também afirmou que a esquerda nunca protagonizou um ato similar a este no Brasil, que é único na história, e garantiu que todos, inclusive financiadores dos atos, serão investigados e punidos.
"Não existe precedente e essa gente terá que ser punida", disse o presidente. "Todos pagarão com a força da lei por esse gesto antidemocrático de vândalos e fascistas".
Crime contra o Estado Democrático de Direito
O jurista Fernando Augusto Fernandes disse à Sputnik Brasil que "estamos vendo crimes contra o Estado de direito Democrático" e destacou o artigo 359-L da Constituição: "Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência".
Com Sputnik Brasil