Lula mira modelo chinês: ciência e tecnologia para avançar o país
Atualizado: 5 de jan. de 2022
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Em artigo assinado com o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Machado Rezende, o ex-presidente Lula (PT), pré-candidato à Presidência em 2022, defendeu investimentos em ciência e tecnologia como base para retomada do desenvolvimento do Brasil, e citou modelo de sucesso econômico da China como exemplo.
No texto publicado na Folha de São Paulo, ambos denunciaram o que chamaram de "desmonte da educação e ciência" sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), apontando em seguida o que precisa ser feito para expandir o parque industrial brasileiro.
“Nenhum país conseguiu se desenvolver plenamente sem implantar políticas de Estado para educação e para ciência e tecnologia (C&T). A educação é porta de acesso a empregos de melhor qualidade e com maior remuneração, amplia oportunidades e possibilita um desenvolvimento econômico mais equânime”, afirmam.
"Nenhum país conseguiu se desenvolver plenamente sem implantar políticas de Estado para educação e para ciência e tecnologia", escreveram.
Eles destacam, ainda, que o domínio das pesquisas é condição necessária para tornar as empresas competitivas globalmente, assim aumentar a riqueza e fortalecer a soberania das nações.
Nesta parte do artigo, eles citam a China como exemplo: "A China implantou uma política de Estado para desenvolver a ciência, no âmbito de um superministério, e hoje investe mais de US$ 400 bilhões [R$ 2,26 trilhões]."
No texto, ainda destacaram que a "produção científica chinesa em 2021 ultrapassou a norte-americana, que há décadas tem sido a maior do mundo".
Para Lula e Rezende, a China desenvolveu um parque industrial extenso e competitivo, com programas de interação com o sistema de pesquisa.
"Exemplo bem conhecido é o da tecnologia 5G para comunicação digital, que ela desenvolveu antes das potências industriais. Dessa forma, o PIB do país [China], que na virada do século era de US$ 1,2 trilhão [R$ 6,78 trilhões], o sexto do mundo, hoje passa de US$ 15 trilhões [R$ 84,8 trilhões], apenas atrás dos EUA", diz a publicação.
Das estratégias anunciadas pela China 2020, o ex-presidente e o ex-ministro lembram que nove estavam no Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI), executado pelo PT no Brasil entre 2007 e 2010.
Sobre o retrocesso, destacam o "desmonte das instituições públicas, na direção do Estado mínimo, marca de um governo que aprofunda a agenda neoliberal e um ajuste fiscal irrealista. Vamos na direção oposta da China e de outros países", concluíram.