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Lula: 'Não queremos Forças Armadas se metendo nas eleições'


(Foto: Ricardo Stuckert)

Em comício neste sábado (17) em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que as Forças Armadas devem ser tratadas com respeito e não devem ficar preocupadas em apurar urnas - "obrigação é da Justiça Eleitoral" - e sim cuidar da soberania nacional contra inimigos externos.


"Não queremos as Forças Armadas se metendo nas eleições. É preciso que alguns de lá tratem a sociedade civil com respeito, que nós sabemos cuidar de nós e não precisamos ser tutelados", discursou na capital paranaense, numa clara referência à proposta das Forças Armadas de fiscalizar o processo eleitoral, levando militares em seções eleitorais espalhadas pelo país para tirar e enviar fotos do QR Code dos boletins de urna para o Comando de Defesa Cibernética do Exército, em Brasília, medida inédita na história democrática brasileira.


Lula afirmou que o papel das Forças é cuidar da soberania nacional e proteger as fronteiras do país, e que, em seu eventual terceiro governo, as Forças Armadas voltarão a ter um papel nobre, que está definido na nossa Constituição".


"As Forças Armadas não tinham que estar preocupadas em fiscalizar urna. Quem tem obrigação de fiscalizar é a Justiça Eleitoral", concluiu.


Líder nas pesquisas de intenção de voto com dez pontos de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula fez também referência à população LGBTQIA+, às mulheres e aos negros. Lula condenou a violência contra mulher, ao recordar a criação da Lei Maria da Penha, e falou também sobre o ataque racista sofrido pelo jogador Vinicius Jr, do Real Madri e da Seleção Brasileira, por suas danças ao comemorar seus gols.


"Nós precisamos ter certeza que o preconceito é uma coisa nojenta, é uma doença. Cada um de nós se veste como quer, cada um de nós dança como quer, cada um de nós cuida do seu corpo como quer, porque afinal de contas o nosso corpo quer liberdade", afirmou.


De acordo com a última pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (15), a pouco mais de duas semanas do primeiro turno da eleição presidencial, Lula segue na liderança com 45%. Bolsonaro caiu um ponto em relação ao levantamento anterior, e tem 33% de intenções de voto. Ciro Gomes (PDT) aparece em seguida, com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 5%.

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