Lula recebe apoio de ex-presidenciáveis na reta final da campanha

Ex-presidenciáveis como Cristovam Buarque, Marina Silva, Henrique Meirelles, em ato de apoio a Lula (Reprodução)

Ex-candidatos à Presidência da República em eleições anteriores se reuniram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (19) em São Paulo e declararam apoio ao candidato petista. A conquista desses apoios ajuda a intensificar a busca pelo voto útil, o que aumentaria a chance de vitória ainda no primeiro turno, daqui a treze dias. Lula lidera as pesquisas de intenções de voto com vantagem de onze pontos percentuais sobre Jair Bolsonaro (PL), segundo o último levantamento do Instituto Datafolha.

“É um dia alegre para mim porque essa reunião significa a vontade que as pessoas têm de recuperar a democracia no nosso país”, disse Lula. E completou: “Essa fotografia aqui simboliza a reconstrução do Brasil.”

O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (União Brasil) foi um dos que declararam apoio ao ex-presidente. Meirelles foi candidato ao Palácio do Planalto em 2018. Ele usou dados econômicos para declarar seu apoio.

“Trabalhei no governo de Lula durante oito anos, de 2003 até 2010, convidado para comandar o Banco Central. Neste período, mais de dez milhões de empregos foram criados no Brasil. Isso é um fato, não é questionável. Quarenta milhões de pessoas saíram da linha da pobreza, o que mudou a vida do país por um longo tempo", disse Meirelles durante o encontro na capital paulista.

Além de Geraldo Alckmin (PSB), hoje candidato a vice de Lula mas que disputou a Presidência pelo PSDB em 2006 e 2018 e Fernando Haddad (PT), que disputou a eleição passada no lugar de Lula, estavam presentes também: Marina Silva (Rede), que concorreu em 2010 pelo PV, em 2014 pelo PSB e em 2018 pela Rede; o ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania), que concorreu em 2006 pelo PDT; Luciana Genro, que concorreu em 2014 pelo PSOL; Guilherme Boulos que concorreu em 2018 pelo PSOL; e João Vicente Goulart (PCdoB), que concorreu em 2018 pelo Partido Pátria Livre (PPL).

Candidata a deputada federal por São Paulo, Marina Silva disse que a reunião de ex-presidenciáveis em torno da candidatura de Lula“significa a necessidade de uma reconciliação do Brasil consigo mesmo”. Marina citou a filósofa judaico- alemã Hannah Arendt, para falar da “banalização do mal”. “É achar que destruir o meio ambiente é algo que é em beneficio do desenvolvimento, e não é; que destruir a educação se faz em nome de ideologias esdrúxulas”. A ideia da frente ampla, segundo Marina, é mostrar, inclusive, a necessidade de “dialogar com todos os cidadãos, com todos os credos, com quem crê, com quem não crê”.

A deputada estadual no Rio Grande do Sul Luciana Genro (PSOL) defendeu o voto em Lula para barrar o “projeto fascista” de Jair Bolsonaro. João Vicente Goulart defendeu a eleição de Lula para evitar uma nova ditadura no país.