Lula se diz vítima da "maior mentira jurídica" do Brasil
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Lula se diz vítima da "maior mentira jurídica" do Brasil


Lula deu a sua primeira entrevista coletiva à imprensa depois da anulação das suas condenações / Ricardo Stuckert

Após as decisões dos ministros do STF, principalmente a de Edson Fachin, que anulou todas as suas condenações pela Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quarta-feira (10), pela primeira vez, sobre a decisão, a repercussão que teve no Brasil e no mundo e sobre seu futuro na política.

O único momento em que exasperou-se foi quando falou sobre o falso "risco Lula" levantado pelo mercado financeiro, com a queda na bolsa e a subida do dólar na terça-feira. "Por que o mercado tem medo de mim? Isso não tem lógica depois de oito anos do meu governo e mais seis anos da Dilma. Não tenham medo de mim. Agora, quem está comprando coisas da Petrobras, esse corre risco porque muito pode ser mudado caso o PT volte ao governo", disse ele, criticando as privatizações e, principalmente, a venda de subsidiárias da Petrobras, como a BR Distribuidora, refinarias e a rede de gasodutos, a partir do golpe de 2016. "Para isso eles deram o golpe", disse.

A entrevista coletiva foi na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Lula falou ainda sobre autonomia do Banco Central, defendida por Paulo Guedes e o mercado, afirmando que considera melhor o BC “estar na mão do governo que na mão do mercado”.

O discurso de Lula

Na abertura de sua fala, o ex-presidente afirmou que ele "é o resultado da consciência politica do trabalhador brasileiro". Em seguida, disse que foi "vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história".

Ele também lembrou quando foi preso. "Faz quase três anos que eu saí da sede desse sindicato para ir me entregar à Polícia Federal. Eu fui, obviamente, contra minha vontade, porque sabia que estavam prendendo um inocente", afirmou.

​"Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas sou eu, mas não tenho. Sinceramente eu não tenho porque o sofrimento que o povo brasileiro tá passando, o sofrimento que as pessoas pobres estão passando neste país é infinitamente maior do que qualquer crime que cometeram contra mim", disse Lula.

Ao falar sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, o petista disse que "Deus de barro não dura muito tempo":

"O processo vai continuar, tudo bem, eu já fui absolvido de todos os processos fora de Curitiba, mas nós vamos continuar brigando para que o Moro seja considerado suspeito, porque ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso da história do Brasil e ser considerado herói por aqueles que queriam me culpar. Deus de barro não dura muito tempo" e continuou: "Hoje ele deve estar sofrendo muito mais do que sofri". "Eu tenho certeza que eles [Dallagnol e Moro] estão sofrendo muito mais do que eu sofri, porque eles sabem que eles cometeram um erro e eu sabia que eu não tinha cometido um erro".

"Por conta da operação Lava Jato, o Brasil deixou de ter de investimento R$ 172 bilhões. Só por conta da Lava Jato, segundo estudo do Dieese, o país perdeu 4,4 milhões de empregos", disse

Vacina e auxílio emergencial

O ex-presidente prestou solidariedade às famílias que perderam pessoas para a Covid-19 e aos que estão desempregados e defendeu as medidas de isolamento social.

"Eu vou tomar minha vacina e quero fazer propaganda para o povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina. Tome vacina, porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do Covid. Mas, mesmo tomando vacina, não ache que você possa tomar a vacina e já tirar a camisa, ir para o boteco, pedir uma cerveja gelada e ficar conversando, não! Você precisa continuar fazendo o isolamento, e você precisa continuar usando máscara e utilizando álcool em gel", disse Lula, que também defendeu o auxílio emergencial, afirmando que o PT defende que se mantenha R$ 600 enquanto as famílias necessitarem e o governo criar empregos para seus sustentos.

Bolsonaro

Após agradecer aos seus advogados e a todos que o apoiaram, inclusive citando o presidente da Argentina, Alberto Fernández, como "o primeiro que me ligou", Lula fez uma breve introdução sobre os processos da Lava Jato e sua prisão em Curitiba e, em seguida, mostrou o que pensa sobre o atual presidente do Brasil.

"Esse país não tem governo. Não cuida da economia. Não cuida do emprego. Não cuida do salário. Não cuida da saúde. Não cuida do meio ambiente. Não cuida da educação. Não cuida do jovem. Não cuida da meninada da periferia. Então do quê eles cuidam?", questionou, completando em seguida: "Só fala em arma. Esse povo não está precisando de arma, está precisando de emprego".

Em outro momento, Lula voltou a dizer: "Esse país não tem governo, esse país não tem ministro da Saúde, esse país não tem ministro da Economia, esse país tem um fanfarrão, um presidente que por não saber de nada diz: é tudo por conta do Guedes. Enquanto isso, o país está empobrecido, o PIB caiu, a massa salarial caiu, o comércio está enfraquecido, o comércio varejista caiu, a produção de comida das pessoas está ficando insustentável".


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