Lula veta indicações de Bolsonaro para cargos no governo

Em medida publicada nesta terça-feira (31) no Diário da União, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrubou 18 indicações feitas pelo governo Bolsonaro para cargos em órgãos públicos, agências reguladoras e para o comando de embaixadas do Brasil no exterior.
As indicações aconteceram a partir de dezembro de 2021 e ainda aguardavam aprovação do Legislativo, entretanto, dez dos 18 nomes foram indicados por Jair Bolsonaro, após ser derrotado nas eleições de outubro.
Lula segue uma linha, que vem aplicando também no Palácio do Planalto e na Polícia Federal e Rodoviária, de "desbolsonarizar" os órgãos, e no caso do Itamaraty e das embaixadas isso fica bastante explícito, conforme o G1.
O próprio atual ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mesmo sendo um diplomata de prestígio, tendo sido embaixador na ONU, Estados Unidos e chanceler do Brasil durante a segunda gestão Dilma Rousseff, foi rejeitado por Bolsonaro e enviado para uma missão menor, a de chefiar a Embaixada do Brasil na Croácia.
Na época, diplomatas usaram a palavra "humilhação" para caracterizar a ação do ex-presidente com o atual chanceler, um dos mais respeitados no meio diplomático.
Outro caso foi o do diplomata Sergio Danese, escolhido no último dia 19 para ser o embaixador do Brasil na ONU. Danese tinha sido designado para Embaixada da África do Sul, mas ficou menos de um ano no cargo, uma vez que Bolsonaro tentou enviar para o país o pastor e ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que foi preso por corrupção, mas o governo sul-africano não aceitou a troca e, por meses, o cargo ficou vago. A indicação de Crivella fazia parte de um acordo entre Bolsonaro e o bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal, que precisava de uma reaproximação com o continente africano em função de interesses da Universal.
Veja a lista de indicações bolsonaristas canceladas por Lula:
Helio Ferraz de Oliveira, indicado a diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine);
Daniel de Macedo Alves Pereira, indicado à recondução como chefe da Defensoria-Pública da União;
André Elias Marques, indicado a ouvidor da Agência Nacional de Mineração (ANM);
André Ruelli, indicado a ouvidor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
Ronaldo Jorge da Silva Lima, indicado à recondução como diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM);
José Mauro Esteves dos Santos, indicado a diretor-presidente da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) – cargo com mandato de quatro anos;
Jefferson Borges Araújo, indicado a diretor da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) – cargo com mandato de três anos;
Luciana Lauria Lopes, indicada a ouvidora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq);
Edgar Ribeiro Dias, indicado a ouvidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
João Paulo Dias de Araújo, indicado a ouvidor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
André Chermont de Lima, diplomata indicado a embaixador do Brasil nos Emirados Árabes Unidos;
Miguel Griesbach de Pereira Franco, diplomata indicado a embaixador do Brasil na Turquia;
Paulino Franco de Carvalho Neto, diplomata indicado a embaixador do Brasil na França;
Sarquis José Buainain Sarquis, diplomata indicado à representação do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra (Suíça);
Reinaldo José de Almeida Salgado, diplomata indicado a embaixador do Brasil na Holanda;
Paulo Roberto Caminha de Castilhos França, diplomata indicado a embaixador do Brasil na Grécia;
Hélio Vitor Ramos Filho, diplomata indicado a embaixador do Brasil na Argentina;
Fernando Simas Magalhães, diplomata indicado a embaixador do Brasil na Itália.