Luto no jornalismo esportivo: Apolinho, Antero e Silvio Luiz
Num espaço de menos de 24 horas, o jornalismo esportivo brasileiro perdeu três de suas maiores referências: morreram Washington Rodrigues, o Apolinho, aos 87 anos, Antero Greco, aos 69, e Silvio Luiz, aos 89 anos.
Apolinho, um ícone do rádio
Além de grande repórter e comentarista esportivo do rádio, Washington também foi técnico do Flamengo em 1995. Apaixonado pelo Flamengo, ele morreu durante a partida entre Flamengo e Bolívar, pela Libertadores, na noite de quarta-feira no Maracanã - com goleada Rubro-Negra por 4 x 0. O óbito foi em decorrência de um câncer de fígado. O velório do ícone do rádio ocorre no Salão Nobre do Flamengo. O sepultamento será no Cemitério São João Batista, em Botafogo, às 16h, nesta quinta-feira.
Washington também levou para as transmissões esportivas o seu bom humor e criatividade na criação de expressões populares e bordões emblemáticos. Era comum ouvi-lo se referir ao público da geral do Maracanã como “geraldinos” e da arquibancada, “arquibaldos”. Ele também popularizou a expressão: “Mais feliz do que pinto no lixo” e “briga de cachorro grande”, quando se referia a jogos em que duas potências futebolísticas se enfrentavam. Foi dele a expressão “chocolate”, para ressaltar uma vitória por goleada de um time contra outro.
Washington Rodrigues se inspirou na música El Bodeguero, do cubano Richard Egües e cantada por Nat King Cole. Um verso da canção diz: “Toma chocolate. Paga lo que debes”.
Antero Greco, jornalista e apresentador
Desde junho de 2022, Antero Greco lutava contra um tumor cerebral e estava internado e sedado nos últimos dias no Hospital Beneficência Portuguesa Mirante, na capital paulista, onde veio a óbito no início desta quinta-feira, aos 69 anos.
O velório e o enterro de Antero Greco estão marcados para o Cemitério Redentor, em Sumaré, São Paulo, nesta quinta-feira.
Antero começou a carreira em 1974 no jornal O Estado de São Paulo. Em 1994 passou a integrar a bancada do SportsCenter, na ESPN, onde permaneceu até o fim da carreira.
De acordo com o Globo, em 9 de setembro do ano passado, durante um programa ao vivo, Antero passou mal e precisou ser retirado do estúdio às pressas. Após o diagnóstico do tumor cerebral, foi hospitalizado e submetido a uma cirurgia antecipada. Após o procedimento e sessões de radioterapia, enfrentou uma recente deterioração em seu estado de saúde.
Sílvio Luiz, um ícone da narração esportiva
Um dos principais nomes das transmissões esportivas no Brasil, Silvio Luiz estava internado desde a última quarta-feira (8) no Hospital Oswaldo Cruz, onde faleceu nesta quinta-feira por falência múltiplas dos órgãos.. Ele lutava com problemas de saúde desde o dia 7 de abril, quando precisou deixar a transmissão da final do Campeonato Paulista após sofrer um derrame. Com bordões marcantes, se tornou uma das principais vozes da televisão brasileira.
Com passagens pela Record, Band e SBT, o locutor retornou às transmissões esportivas em 2022, pela Record, para narrar o Paulistão nas plataformas digitas da emissora, ao lado dos humoristas Bola e Carioca.
Autor de grandes bordões durante a narração de partidas de futebol – entre eles “Olho no lance” e “Pelas barbas do profeta” -, Silvio Luiz Peres Machado de Souza nasceu na capital paulista em 14 de julho de 1934. A trajetória do jornalista começou aos 18 anos, na Rádio São Paulo, e logo no ano seguinte foi contratado pelo TV Record. Foi na emissora que ele se tornou o primeiro repórter em campo da tevê brasileira.
Bordões que se tornaram clássicos
"Está valendo"
"Acerta o seu daí que eu arredondo o meu daqui"
"Pelas barbas do profeta"
"Olho no lance"
"Pelo amor dos meus filhinhos"
"O que eu vou dizer lá em casa?"
"Confira comigo no replay"
"Balançou o capim no fundo do gol"
"Foi, foi, foi, foi ele... o craque da camisa número..."
Com informações da Agência Brasil
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