Maioria dos suspeitos de ter coronavírus vieram da Itália
Dos 20 casos suspeitos de novo coronavírus sendo investigados no Brasil, 12 são de pessoas que estiveram recentemente na Itália, país que enfrenta um surto de COVID-19, nome da doença causada pelo vírus.
Nesta quarta-feira (26), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou o primeiro caso do coronavírus no Brasil: um homem de 61 anos, que mora na cidade de São Paulo e esteve na Itália entre os dias 9 e 21 de fevereiro.
O paciente apresenta sinais brandos da doença, como tosse, e está em isolamento domiciliar.
Além dos pacientes que estiveram na Itália, os outros oito casos são: duas pessoas que viajaram para Alemanha; duas para a Tailândia; uma para a China; uma para França e uma que teve contato com um caso suspeito.
São 11 mulheres e nove homens, entre 20 e 68 anos, distribuídos por sete estados: Paraíba (1), Pernambuco (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2), São Paulo (11), Santa Catarina (2).
Ao todo, 59 casos já foram descartados pelo governo brasileiro.
Leitos podem ser disponibilizados
Segundo o ministro Mandetta, todos os estados receberão materiais para combater o coronavírus e, caso necessário, 1.000 leitos serão disponibilizados para tratar pacientes infectados.
Já o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, declarou que antivirais serão dados a todos os pacientes que cheguem de fora, busquem ajuda médica e apresentem problemas respiratórios, tenham coronavírus ou não.
A doença causada pelo coronavírus já atingiu mais de 80 mil pessoas e matou mais de 2.700 em menos de três meses em todo o mundo, a maioria na China, onde o surto de iniciou.
Outras providências
O governo federal deve lançar, nas próximas semanas, uma campanha nacional de esclarecimento sobre o novo coronavírus (Covid-19), informou hoje (26) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ele e outros oito ministros participaram de uma reunião, no Palácio do Planalto, para tratar das ações para o enfrentamento à síndrome respiratória, que teve um primeiro caso de infecção confirmado no Brasil. Foi também a primeira reunião interministerial comandada pelo novo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto. O presidente Jair Bolsonaro, que retornou a Brasília nesta quarta-feira, após tirar uns dias de descanso no carnaval, não participou da reunião. Ele retoma sua agenda normal a partir de amanhã (27).
"Nós vamos ter que fazer uma comunicação um pouco maior para a população, a gente já tinha esse plano de comunicação, dependendo se tívessemos um caso ativo, então a gente deve começar uma campanha para as pessoas poderem perceber a importância de lavar as mãos, de ter higiene, se caso tiver febre, tosse, entrar em contato com o telefone da Ouvidoria, o 136, a página do Ministério da Saúde, porque nessa época se produzem muitas fake news, para as pessoas terem uma informação de qualidade, ali nessa página tem um plano de contingência por estados, por cidades", informou Mandetta.
Ele não disse quando a campanha começará a ser veiculada na mídia, mas destacou que será semelhante a campanhas anteriores sobre epidemias mundiais, como a da gripe H1N1. "Esse é um plano que a gente já tinha, ele é basicamente informativo, para a população ficar tranquila, saber o que pode fazer", acrescentou.
Mais cedo, o Ministério da Saúde confirmou que um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro, foi confirmado como primeira pessoa contaminada pelo coronavírus no país. Por enquanto, disse Mandetta, não há nenhuma mudança nas regras de circulação em portos e aeroportos do país. "Não tem mudanças de conduta, não tem mudança em relação ao trânsito de pessoas", enfatizou.
O governo informou que todos os estados do país atualizaram e enviaram ao Ministério da Saúde seus planos de contingência, com ações para enfrentamento à doença. O Ministério da Saúde também realizou licitação para a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras, para distribuir a todos os estados do país, ampliando os estoques já disponíveis. Ainda de acordo com as autoridades, as unidades básicas de saúde já contam com protocolo atualizado para o devido atendimento à infectados e possuem salas especiais para triagem. Casos suspeitos serão encaminhados para hospitais de referência nos estados, que possuem leitos disponíveis para cuidados intensivos, caso necessário.
Participaram da reunião desta quarta-feira os ministros Braga Netto (Casa Civil), Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Ernesto Araújo (Itamaraty), Sérgio Moro (Justiça), Onyx Lorenzoni (Cidadania), Augusto Heleno (GSI), Tereza Cristina (Agricultura) e Jorge Oliveira (Secretaria Geral). Também participaram representantes do Ministério da Economia, do Desenvolvimento Regional, da Polícia Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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