Mais um cachê de Gusttavo Lima entra na mira da Justiça

O Ministério Público do Ceará abriu um inquérito para investigar supostas irregularidades na realização do show do cantor sertanejo Gusttavo Lima em evento junino marcado para o próximo dia 15 em Iguatu, pequeno município no sul do Ceará. O município tem população de cerca de 103 mil habitantes e sofre com deficiências em saúde e educação, e conta com uma cobertura de saneamento de apenas 14% da população. O show foi aprovado por um valor total de R$ 604 mil.
Gusttavo Lima se envolveu em uma polêmica sobre valores de cachês, após criticar a Lei Rouanet e dizer que nunca precisou dela. O sertanejo, no entanto, recebe quantias milionárias de recursos públicos para fazer shows por prefeituras de cidades pequenas em todo o país.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) já tinha aberto um inquérito civil para apurar supostas irregularidades no show do aniversário do município de Magé, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (8) com presença confirmada de Gusttavo Lima. O valor contratado é de R$ 1 milhão.
No último domingo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu uma decisão que autorizava a realização da “Festa da Banana”, na cidade de Teolândia, no baixo-sul da Bahia, e contaria com Gusttavo Lima entre as atrações principais. Somente o sertanejo receberia mais de R$ 700 mil de cachê.
A prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais, após a repercussão negativa, cancelou o show milionário que o cantor faria no próximo dia 20. O cachê chegaria a R$ 1,2 milhão e a apresentação seria realizada durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos. A cidade tem menos de 18 mil habitantes, sendo que 38% (quase 7 mil pessoas) vivem na faixa da extrema pobreza (R$ 100 per capita, por mês).
O Ministério Público do Estado de Roraima também abriu investigação sobre o contrato do cantor firmado com a prefeitura de São Luiz (RR) com data, em aberto, até 31 de dezembro para um show, com cachê de R$ 800 mil. O município tem pouco mais de 8 mil habitantes e o segundo menor PIB o estado. Esse valor é equivalente a 266 vezes o teto da Lei Rouanet para cachês de artistas, que saiu de R$ 45 mil para R$ 3 mil na gestão Bolsonaro.
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