Mais uma forma de estupro
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Mais uma forma de estupro

Mauro Romero Leal Passos


Em excelente texto, Um estupro coletivo, Eduardo Affonso, no jornal O Globo de 25.6.2022, abordou o tema sobre o drama de uma criança grávida, e sua família, brasileira.

Para jogar mais ingredientes nesse debate cabe dizer que, a vida como a vida é tem tudo para marcar, profundamente, as pessoas que passam pela situação de desejar um abortamento. Dentro ou fora da legislação brasileira.

Não são decisões simples e de fáceis tramitações no Brasil para famílias de baixo poder socioeconômico. Pois, as de alto nível socioeconômico e cultural encaminham situações semelhantes de forma mais rápida e evitam, na maioria absoluta das vezes, que a questão se torne pública. Pelo menos no momento da crise inicial.

Então, toda a divulgação na mídia, expondo dados da cidade de moradia, instituição médica que negou o procedimento, detalhes do caso, da família envolvida... pode ser mais uma forma de estuprar essas pessoas. Especialmente a criança grávida.

A situação fica mais perversa ainda quando um presidente da República, de forma consciente(?), publica em suas redes sociais que a gravidez era de sete meses, quando na verdade era, no início do processo, de cerca de vinte semanas. Pode ser igual para muitos. Porém, é muito diferente um processo de abortamento de uma gravidez com 20-24 semanas de uma cesariana para gravidez de sete meses de evolução.

Assim, pensando na legislação que criminaliza a divulgação e enaltecimento ao nazismo o mesmo não deveria ser aplicado aqui, protegendo as futuras cicatrizes, em todas as esferas, para as pessoas, especialmente crianças, que passam pela via crucis de abortamento legal no Brasil?


*Mauro Romero Leal Passos é médico, professor titular da UFF

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