Mandetta: Bolsonaro tem condução desastrosa na pandemia
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Mandetta: Bolsonaro tem condução desastrosa na pandemia


Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o Brasil está “sem liderança” para enfrentar o avanço da Covid-19 e que Jair Bolsonaro “teve uma condução desastrosa” durante a pandemia. “Até hoje não houve uma fala do presidente que ajudasse a Saúde pública brasileira”, disse o ex-ministro, que deixou o governo em abril.

Mandetta ressaltou que “o presidente não acredita (no vírus)” e que a defesa da economia em detrimento da saúde feita por ele atrapalha o combate contra a doença. “Até hoje não houve uma fala do presidente que ajudasse a Saúde pública brasileira. Ninguém aguenta mais, é legítima a pressão da economia, mas todo mundo deveria andar junto, ou ter uma regra bem clara e transparente para recomendar lockdown tecnicamente e o governo federal apoiar medidas necessárias”, disse.

“Quando a taxa de ocupação hospitalar ultrapassa 90%, tem que frear. A saída da crise depende muito da capacidade de vacinação da população. Até agora não transparece que a gente vá ter a execução de um plano bem fundamentado. Parece tudo errático. É preciso ter uma capacidade de liderança muito forte, e o Brasil está sem liderança em Saúde”, apontou.

“Ele (Bolsonaro) falou várias vezes que entre a saúde e a economia, ele ia ficar com a economia. E a população começou a construir as suas linhas de defesa sem contar com a liderança da figura maior do governo. Vimos o Ministério da Saúde falando uma coisa e ele falando outra”, disse o ex-ministro.

Mandetta também voltou a criticar a “intervenção militar” no ministério da Saúde feita por Bolsonaro. “Um militar não tem a menor noção do que é Saúde. A gente passa a ter um governo federal que sai completamente do enfrentamento da Saúde e com o argumento de que o problema era de logística. Nunca foi, o problema era de Saúde pública, muito mais complexo do que carregar caixa para lá e para cá. E agora tem uma crise tripla, de prevenção, atendimento e vacina”, destacou.

Ele ressaltou, ainda, que o números de mortes em função da Covid-19 “ fala por si. Ele (Bolsonaro) teve uma condução desastrosa. A desautorização do ministro em público, “manda quem pode e obedece quem tem juízo”; o “e daí?”; “não sou coveiro”; “gripezinha”; “está no final”. Está no final nada. Se teve alguma coisa digna de nota eu não saberia te citar”, enumerou Mandetta, em entrevista ao Globo.

Bolsonaro "não dá bola"

Neste sábado, o presidente disse que não se sente pressionado e "não dá bola" se outros países já começaram a vacinar suas populações.

"Ninguém me pressiona pra nada, eu não dou bola pra isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo", disse Bolsonaro, tentando justificar o fato de que o Brasil até agora não aprovou nenhuma vacina.

Ao contrário do governo brasileiro, governos como dos Estados Unidos, Reino Unido, México e Chile foram mais ágeis na formação de parcerias e já iniciaram a imunização contra a Covid-19. Neste sábado, de acordo com o site Our World in Data, que acompanha a imunização a nível mundial, cerca de 4 milhões de pessoas já foram vacinadas com diferentes fórmulas, entre as da Pfizer/BioNTech, Moderna e Sputnik V.

Enquanto isso, apesar de não haver registro de efeitos adversos em escala expressiva ou que preocupe onde a vacinação já ocorre, Bolsonaro recorreu a subterfúgio para dizer que tudo o que viu "até agora em vacina que poderão ser disponíveis tem uma cláusula que eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral".

A segurança e eficácia das vacinas são atestadas após ensaios clínicos e os resultados são analisados pelas agências reguladoras de saúde, antes de serem autorizadas para vacinação.

Não foi a única fala irracional do presidente nos últimos dias sobre eventuais efeitos colaterais de imunizantes contra o novo coronavírus. Na quarta-feira, ele afirmou que a melhor vacina contra a Covid-19 é "contrair o próprio vírus", o que é incorreto, dado que grupos de risco têm altas chances de evoluir para o quadro grave da doença e que a resposta imunológica desenvolvida pelo contágio natural não previne reinfecções. Bolsonaro já falou também em a população ter que assinar um "termo de responsabilidade", no que foi rechaçado prontamente, inclusive por ministros do Supremo Tribunal Federal.

Na semana passada, o presidente da República voltou a discursar contra o uso emergencial de vacinas, com o argumento absurdo de que "se você virar um jacaré, é problema de você, pô".

Desde que a pandemia foi declarada no país, o Ministério da Saúde já contabiliza mais de 190,5 mil mortes pela Covid-19 e 7,5 milhões de brasileiros que já contraíram a doença.

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