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Marco histórico da origem da cidade sofre com abandono

Atualizado: 9 de mar. de 2023

Niterói vai completar 450 anos no dia 22 de novembro, mas o marco territorial de sua fundação, o local que abriga a igreja de São Lourenço dos Índios, no bairro de mesmo nome, anda precisando de manutenção. Moradores reclamam do capim alto, do lixo, das fezes de cavalos que pastam por lá e até de carrapatos que, segundo eles, infestam o entorno da construção centenária tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo patrimônio histórico do município.

Reprodução / Acervo Pessoal

Uma das moradoras, Vania Miranda Nideck, em entrevista ao programa 'Bom Dia Niterói', na Rádio Toda Palavra, nesta quarta-feira (8/3), contou que atualmente o lugar só é cuidado em ocasiões especiais.


"Normalmente é quando o prefeito vem para a missa de aniversário de Niterói, em novembro. Aí eles cortam o capim, varrem e até pintam a fachada. Mas da última vez, pintaram apenas pela metade".


De acordo com Vania, para que uma equipe da Clin (Companhia de Limpeza Urbana de Niterói) apareça para fazer a varrição, corte do mato e limpeza na área externa da igreja e nas ruas adjacentes, é necessário insistir, mas nem sempre funciona.


"A gente liga, manda mensagem e ninguém aparece. Tem vizinho que já denunciou o descaso ao Ministério Público", diz.

Reprodução / Acervo Pessoal

Em relação à igreja, a moradora ressalta que, por dentro ela é bem cuidada por um zelador. Mas a parte externa do prédio precisa de renovação da pintura. Além disso, uma porta lateral está corroída e foi remendada de forma improvisada com pedaços de madeira. Vania lamenta que o lugar, tão importante para a história da cidade, não seja mais cuidado e valorizado.


"Antes da pandemia tinha visitantes o ano inteiro. Não apenas turistas, mas também turmas de alunos das escolas, principalmente no mês de novembro. Mas agora diminuiu muito. O entorno da igreja e as ruas próximas estão abandonados. Não era assim antes, mas foi piorando e agora está tudo abandonado", critica ela, que mora no bairro há 18 anos.

Reprodução / Acervo Pessoal

Vania também reclama da falta de transporte. A linha de ônibus que liga o bairro ao centro, a 66C do Consórcio Transnit, não circula com horários regulares, segundo ela. Como nem todos podem dispor de outros meios, o jeito é esperar no ponto até que a condução apareça.


"Quem tem hora marcada tem que ir a pé ou de táxi para não chegar atrasado".

Reprodução / Acervo Pessoal

Origens


A Igreja de São Lourenço dos Índios é considerada o principal marco da fundação da aldeia de São Lourenço, que se tornaria a cidade de Niterói. Segundo dados históricos, a aldeia teve origem na sesmaria - lote de terras distribuído a um beneficiário, em nome do rei de Portugal - doada a Martim Afonso de Souza, o Araribóia, chefe dos índios Temiminós e aliado dos portugueses no século XVI.


O bairro, que carrega não somente o nome da aldeia mas toda sua ancestralidade indígena, abriga a Igreja de São Lourenço dos Índios, fundada em 1627. A primeira estátua em homenagem a Araribóia, erguida em 1912, fica na praça em frente à Igreja.


Em 1934, a igreja foi cedida pelo Bispado à Prefeitura de Niterói, que iniciou a restauração da edificação e a incorporação de terrenos adjacentes para incorporá-los ao seu território. Em 1992, a Prefeitura determinou seu tombamento por meio da Lei nº 1.038/92. A partir desse momento, um grande projeto de restauro foi executado, e a igreja, totalmente revitalizada e reaberta para a população.


Em 2020, a Secretaria Municipal das Culturas (SMC) assumiu a gestão cultural da Igreja de São Lourenço dos Índios. Atualmente, em parceria com a Fundação Euclides da Cunha (FEC), a SMC desenvolve um projeto que engloba educação, ações culturais e museologia, com o objetivo de multiplicar as potencialidades do espaço, criando pertencimento do território com a história e a cultura locais, por meio de um processo de resgate da memória sensível.




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