Maricá alfabetiza 1.067 alunos entre jovens, adultos e idosos
- Mehane Albuquerque
- 3 de out. de 2023
- 3 min de leitura
A Prefeitura de Maricá alfabetizou 1.067 moradores, maiores de 15 anos, com o método cubano 'Sim, Eu Posso'. O primeiro ciclo do projeto começou em janeiro, após busca ativa da prefeitura para erradicar o analfabetismo na cidade, transformando a vida das pessoas que não sabiam ler e escrever. As aulas aconteceram em locais próximos das moradias dos educandos e em horários que possibilitassem a frequência assídua.

Qualquer espaço pôde ser transformado em local de aprendizado: uma mesa de sinuca no bar, um deck às margens da lagoa ou uma garagem. Os alunos aprendem com o método que utiliza números e os relaciona com letras, para uma alfabetização mais rápida, e já alcançou 11 milhões de pessoas em mais de 30 países.
No último sábado (30/9), os alunos, a maioria adultos e idosos, receberam os diplomas e 200 reais cada um em moeda social para compra de livros na 8ª Festa Literária Internacional de Maricá (Flim), que se encerrou no domingo (1/10), na Praça dos Gaviões, em Itaipuaçu. A iniciativa é do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) e da Secretaria de Economia Solidária.
A emoção da leitura
Alunos e familiares lotaram a Arena Gilberto Gil, na Flim, e estavam emocionados por realizarem o sonho de ler e escrever e das descobertas nesse universo da leitura. Morador da Divineia, Antônio Camello Alves, de 66 anos, trabalha como pedreiro e falou da emoção da descoberta do mundo da leitura. Ele recebeu as Mumbucas Literárias e vai procurar livros sobre construção civil e de histórias em quadrinhos.
“O Sim, Eu Posso me ajudou muito. Tinha dificuldade no mercado para achar o produto que queria. Não conseguia entender os nomes das ruas. Agora isso mudou. Ainda tenho alguma dificuldade para juntar as letras e quero comprar livros pra ler e ir treinando a escrita. Agora vou continuar aprendendo e quero estudar mais”, afirmou Antônio, que levantou o diploma no palco como um troféu.
Aos 89 anos, a aposentada Ercília da Silva Costa é a aluna mais idosa deste primeiro ciclo da jornada de alfabetização. Ela contou que não conseguia identificar nenhuma palavra e agora está lendo a Bíblia.
“O que mudou é que agora eu sei escrever e quero um livro de Matemática. Estou aprendendo a contar e ver as letras na televisão não é mais um problema”, disse Ercília, que mora no Retiro.
Quem também estava muito emocionado com a descoberta da leitura é Nelson Coutinho, de 61 anos, morador da Divineia. Durante a busca ativa, ele foi um dos primeiros do bairro a entrar no programa porque só estudou até a antiga quarta série e queria ler e escrever.
“Falei que eu sou o primeiro da fila. Minha maior dificuldade era ler. Eu escrevia errado nas minhas placas para vender camarão. A mão ficava presa por muito tempo sem escrever no caderno e agora está tudo diferente. Cada dia é uma descoberta, estou aprendendo mais palavras. Tenho na minha estante vários livros da história do Brasil e estou lendo. Gosto de ficar em casa lendo e está sendo maravilhosa toda essa descoberta”, contou.
Andrea Cunha, secretária de Economia Solidária, destacou que o programa ajuda a transformar a vida das pessoas.
“Hoje vocês podem escrever, ler e ajudar a mudar a vida do outro. Parabéns por essa conquista”, declarou. “Nesses 12 dias de Flim nada foi tão extraordinário quanto esta formatura. Hoje vocês sabem ler e escrever e estão descobrindo o universo da leitura”, acrescentou Márcio Jardim, secretário de Educação.
“Aproveitem muito essa oportunidade e agora podem buscar voos mais altos”, completou Carlos Senna, presidente do ICTIM.
A cerimônia também contou com as presenças do vice-prefeito licenciado e secretário de Economia Solidária do Rio, Diego Zeidan; do embaixador de Cuba no Brasil, Adolfo Curbelo; da deputada estadual Marina dos Santos; e do vereador Hadesh.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Maricá
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