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Mercadores da fé atacam Lula após fim de isenção tributária

A anulação da isenção tributária sobre os salários de pastores gerou críticas entre os líderes religiosos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos membros da chamada Bancada da Bíblia no Congresso. O Secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, revogou na última segunda-feira (15/1) a tributação sobre os salários de ministros de diversas denominações religiosas.

A vantagem no Imposto de Renda havia sido estabelecida às vésperas das eleições de 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), que buscava a reeleição. Na decisão mais recente, a Receita alega que o ato de 2022 não recebeu a devida aprovação da subsecretaria de tributação, justificando sua anulação.


O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse ao jornal O Globo que a ação no governo Lula (PT) representa uma afronta aos supostos líderes religiosos.


"Isso não era um ato de Bolsonaro, era uma medida elucidativa dos técnicos da receita que afirmava o óbvio: salários de empresários da fé estavam imunes a impostos, à luz da Constituição Federal. Agora, os técnicos de Lula abrem espaço para multas indevidas. É mais uma medida de afronta", defendeu o parlamentar.


Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da bancada evangélica no Senado, alega que a gestão do petista utiliza as instituições para atacar os que discordam politicamente.


"A esquerda pratica o ditado: 'Aos amigos tudo, aos inimigos a lei'", afirma Viana. O pastor Marco Feliciano (PL-SP), da Assembleia de Deus, também menciona o argumento de perseguição religiosa, afirmando que "Lula iniciou sua vingança contra nós".


O fundador da Sara Nossa Terra, bispo Robson Rodovalho, concorda com os parlamentares e destaca que o ato apenas reiterava o que já estava previsto na Constituição Federal:


"Líderes religiosos não têm salários. É um conceito equivocado. Temos prebendas missionárias, nem sempre fixas. Já existem leis específicas sobre a imunidade; se alguém recorrer à Justiça, essa resolução da Receita deve ser revogada".


O impasse cria mais um ponto de conflito entre o presidente Lula (PT) e pastores bolsonaristas, que desde o início do governo reclamam da falta de proximidade com o Palácio do Planalto.


*Com informações do Jornal O Globo

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