'Meu objetivo é afastar a política do Exército Brasileiro', diz comandante
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Após anunciar que puniria oficiais da força que comemorassem o último dia 31, aniversário do golpe militar no Brasil, o chefe do Exército Brasileiro, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, disse que seu objetivo no comando da força é a afastar da política.
"Meu objetivo é afastar a política do Exército. Somos profissionais e temos que focar no nosso trabalho", afirmou Tomás Paiva ao Globo, após quatro anos de uso político das Forças Armadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O comandante-geral do Exército chamou a atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depois que viralizou um vídeo no qual o militar pede respeito ao resultado das urnas, mesmo em meio aos ataques recorrentes de Bolsonaro ao sistema eleitoral e ao resultado da eleição presidencial.
O silêncio da celebração obtido pelo comandante agora no último dia 31, depois de vetar a leitura da Ordem do Dia e ameaçar punição, foi considerado uma vitória do militar cuja trajetória foi forjada pela convivência próxima tanto com defensores do sistema eleitoral quanto com líderes acusados de terem ameaçado se insurgir contra ele, como Bolsonaro.
O general, na verdade, tem um passado de boas relações com o principal adversário de Lula. O militar era visto por Bolsonaro e auxiliares próximos do ex-presidente como alguém de confiança.
Entretanto, colegas de caserna afirmam que o respeito do comandante ao papel institucional do Exército é uma das principais marcas de sua carreira. Ele foi ajudante de ordens dos ex-presidentes Itamar Franco e de Fernando Henrique Cardoso.
Apesar da experiência no epicentro do poder, o general demonstrou saber dissociar a atuação militar de atividades políticas, o que teria sido o principal motivo do convite de Lula, que também se fortalece junto a militares que desprezam o extremismo bolsonarista e defendem a volta à normalidade democrática.