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Mineração bate recordes de desmate com governo Bolsonaro

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Desmatamento causado pela atividade mineradora registrou recordes ao longo de 2019 e 2020 (Foto: Greenpeace)

mineração desmatou 405,36 km² da Amazônia Legal nos últimos cinco anos, segundo dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que foram compilados pelo portal G1. Ao todo, a área desmatada equivale a cerca de 40,5 mil campos de futebol.

Ao longo de 2019 e 2020, esse desmatamento causado pela atividade mineradora registrou recordes e avançou sobre áreas de conservação. A série histórica do Deter/Inpe, que analisa dados desde 2015, aponta que o mês com a maior devastação foi maio de 2019, com 34,47 km² desmatados.

Em seguida, ficou julho de 2019 com 23,98 km². Além disso, 2020 teve os piores junho (21,85 km²), agosto (15,93 km²) e setembro (7,2 km²) da série. Segundo o Greenpeace, com relação especificamente às chamadas Unidades de Conservação, o desmate por mineração cresceu 80,62% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre janeiro e abril deste ano, mais de 70% da mineração na floresta amazônica ocorreu dentro de áreas protegidas. Nas terras indígenas, esse aumento do desmatamento por mineração foi de 64%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre 1º de janeiro e 20 de novembro de 2020, a área desmatada por mineração correspondeu a 0,34% do desmatamento total na Amazônia.

Em entrevista ao G1, o engenheiro agrônomo e cofundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Beto Veríssimo, afirmou que a atividade – principalmente quando ilegal – contamina rios e pessoas, gera violência contra comunidades tradicionais e desencadeia outras ações predatórias.

"O garimpo na Amazônia nunca está sozinho: ele abre caminho a outras atividades ilegais na floresta. Onde aparece garimpo, também ocorre exploração da madeira, invasão, pecuária nas bordas e assim por diante", diz ele, acrescentando: "O garimpo na Amazônia está mais empresarial. Não são mais aventureiros que migram em busca de ouro, como foi em Serra Pelada. Agora, as empresas estão por trás, financiando a compra de maquinário, cooptando trabalhadores, pessoas vulneráveis e lideranças para atuarem por eles nas florestas".