Moraes nega acesso de Bolsonaro e Michelle a depoimento de Mauro Cid
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar o acesso aos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao depoimento dado pelo tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal (PF) no inquérito que apura a venda ilegal de joias no exterior.
No último sábado (9), Moraes havia concedido à defesa o acesso aos depoimentos de outros envolvidos no inquérito, incluindo o general Mauro Lourena Cid, o ex-ajudante de ordens Osmar Crivelatti e o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. No entanto, o pedido de acesso ao depoimento de Mauro Cid foi negado.
Jair Bolsonaro e Michelle estão entre os oito citados no inquérito das joias sauditas convocados pela PF para prestar depoimento.
Durante os depoimentos, tanto o casal Bolsonaro quanto os outros citados optaram por permanecer em silêncio. A defesa do casal havia pedido a Moraes o acesso aos documentos desses depoimentos..
De acordo com informações publicadas pelo Globo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid falou à PF por mais de nove horas. No último sábado (9), Moraes aprovou, sob condições, a delação premiada do militar e determinou a sua soltura - com cumprimento de algumas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e apreensão de passaporte. Outra condição era que ele fosse afastado de sua função oficial no Exército - oficialmente, agora ele está incorporado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) e segue recebendo salário bruto de R$ 27 mil, conforme previsto na legislação. As informações reveladas pelo tenente-coronel no depoimento à PF passarão por uma fase de checagem.
Por lei, presentes recebidos de outros países devem pertencer ao Estado brasileiro, e não podem ser incorporados a patrimônio pessoal, à exceção dos de uso personalíssimo, como um boné ou uma camisa de futebol, e de um baixo valor monetário. As investigações apontaram que auxiliares de Bolsonaro venderam diversos objetos de luxo no exterior.
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