Morte de voluntário da CoronaVac foi suicídio

Um Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado na cidade de São Paulo confirma que a morte de um profissional de saúde voluntário dos testes da vacina CoronaVac contra Covid-19 foi em decorrência de um suicídio. O documento foi confirmado pelo Globo nesta terça-feira (10).
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu na noite de segunda-feira os testes clínicos da vacina em todo o país. Segundo o diretor do órgão, Antônio Barra Torres, a decisão foi "técnica" e baseada na falta de informações. A morte do voluntário, um jovem de 33 anos morador de São Paulo, foi comunicada sigilosamente pelo Instituto Butantan à Anvisa na última sexta-feira (6).
Segundo o B.O., o rapaz foi encontrado morto no banheiro em 29 de outubro e o crime foi registrado como suicídio pelo 93º DP, de Jaguaré, na capital paulista. O Butantan, que coordena os testes da CoronaVac no Brasil em parceria com o laboratório Sinovac Biotech, da China, tomou conhecimento da morte durante a checagem de rotina do estado de saúde de seus voluntários.
Na manhã desta terça-feira, o diretor do Butantan, Dimas Covas, sem revelar a causa (por questões de confidencialidade) afirmou com toda segurança ser "impossível" que o óbito do voluntário tenha tido qualquer relação com a vacina em teste. O caso foi reportado à Anvisa como um evento adverso grave no curso da pesquisa. A Anvisa decidiu suspender os testes e informou imediatamente a imprensa.
Por conta da politização que se instalou em torno da vacina, o caso foi repercutido no Facebook pelo presidente Jair Bolsonaro, que comemorou a suspensão dos testes como uma vitória pessoal. Ao responder um seguidor sobre a possibilidade de compra da vacina, Bolsonaro escreveu: "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha".