MP do TCU tenta barrar nomeação do novo presidente da Petrobrás
Em meio à troca de comando na Petrobrás, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou com um pedido na Corte para que seja investigado um possível conflito de interesse na nomeação do economista Adriano Pires para a presidência da estatal. O subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, quer que a apuração seja feita antes de Pires ser nomeado oficialmente e tome posse.
Na representação, Lucas Furtado afirma ter identificado o conflito de Adriano Pires "tendo em vista sua atuação na iniciativa privada, a lançar dúvidas sobre a possibilidade ética e legal de vir a assumir a presidência da Petrobras".
O subprocurador afirma, no documento divulgado pelo Estadão, que Pires "mantém relações econômicas de caráter privado com diversas empresas nacionais e internacionais que se relacionam com a Petrobras, inclusive concorrentes diretas da estatal no mercado internacional, como as petrolíferas americanas Chevron e Exxon Mobil e a britânica Shell".
"Revelam, a meu ver, um quadro de extrema gravidade para a necessária isenção que se espera de um futuro dirigente da maior empresa brasileira, exigindo que sejam previamente e cabalmente afastados quaisquer riscos de conflito de interesses, que podem ser extremamente perniciosos para a Petrobras e para a própria economia nacional, mediante o possível uso de informações privilegiadas por detentores de altos cargos, de modo a favorecer alguns agentes do mercado, em detrimento de outros", escreveu o subprocurador no despacho.
O anúncio do nome de Adriano Pires, em meio à disparada de preços dos combustíveis, foi feito nesta semana após o presidente Jair Bolsonaro (PL) decidir pela demissão do general da reserva Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobrás.
A pedido do subprocurador, a investigação deve ficar a cargo da própria Petrobrás, além da Controladoria-Geral da União e da Comissão de Ética da Presidência.