MP Eleitoral quer Bolsonaro inelegível: estimulou atos golpistas
O Ministério Público Eleitoral (MPE) se manifestou nesta quinta-feira (13) pela condenação e inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na manifestação do vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, o MPE afirma que o discurso do ex-mandatário contra as urnas eletrônicas e contra o processo eleitoral se refletiu nos atos golpistas de 8 de janeiro, que culminaram com a depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.
"Depois das eleições, percebeu-se uma inédita mobilização de parcelas da população que rejeitavam aberta e publicamente o resultado do pleito, por não serem legítimas", afirmou Gonet, citado pelo G1.
"Estão ainda muito presentes e nítidas as imagens do dia 8 de janeiro último de destruição e de acintosa violência aos poderes constituídos. A gravidade do discurso contra a confiabilidade do sistema de votação eletrônica não poderia ter mais expressiva exposição", completou.
A manifestação do MPE, já entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é o último passo da acusação antes do julgamento da ação que pode levar à inelegibilidade de Jair Messias Bolsonaro.
No TSE, há várias investigações ainda em andamento envolvendo o ex-mandatário. Neste caso, ele foi denunciado, em uma ação apresentada pelo PDT, por fazer declarações, sem apresentar provas, contra o sistema eleitoral brasileiro em uma reunião com dezenas de embaixadores no Palácio do Planalto, em julho do ano passado, a três meses das eleições.
Segundo Gonet, houve abuso de poder por parte de Jair Bolsonaro.
"A busca do benefício pessoal também foi tornada clara. O uso de recursos estatais para a atividade da mesma forma está estampado nos autos. Todo o evento foi montado para que o pronunciamento se revelasse como manifestação do Presidente da República, chefe de Estado, daí a chamada de embaixadores estrangeiros e o ambiente oficial em que a reunião ocorreu. O abuso do poder político está positivado", escreveu o procurador, ainda conforme o G1.
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