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MP faz busca na casa de Paes, réu pela segunda vez


Paes é acusado pelo MP-RJ de ter recebido R$ 10,8 milhões de propina da Odebrecht, em 2012 (Fotos Públicas)

A dois meses das eleições municipais, agentes do Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), em São Conrado, na Zona Sul do Rio, nesta terça-feira. O mandado foi expedido pelo juiz Flavio Itabaiana Nicolau, que aceitou a denúncia do MP-RJ de ter recebido R$ 10,8 milhões de propina do Grupo Odebrecht, tornando o ex-prefeito réu pela segunda vez, agora acusado de crimes de corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro junto à 204ª Zona Eleitoral. O juiz é o mesmo que mandou Fabrício Queiroz para a prisão e tornou réu o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) no caso das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio.

Além de Eduardo Paes, Itabaiana aceitou também as denúncias contra o ex-executivo da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Junior, o marqueteiro de Paes, Renato Barbosa Rodrigues Pereira e seu sócio Eduardo Bandeira Villela.

Os investigadores afirmam que o dinheiro desviado financiou a campanha eleitoral de reeleição à Prefeitura do Rio em 2012 e que entre os dias 4 de junho e 19 de setembro de 2012 Paes recebeu R$ 10,8 milhões das mãos de Benedicto Barbosa da Silva Junior e de Leandro Andrade Azevedo, executivos da Odebrecht. O dinheiro em espécie teria sido entregue a Renato Barbosa e Eduardo Villela, sócio da Prole Serviços de Propaganda, empresa responsável pelo marketing eleitoral de Paes.

Ainda de acordo com o MP, o deputado federal e então chefe da Casa Civil do Município do Rio, Pedro Paulo, coordenador da campanha de Paes, “embora plenamente ciente da natureza ilícita dos pagamentos recebidos, encarregou-se de gerenciar o recebimento da vantagem indevida, especificando a forma como seria destinada e indicando os responsáveis por sua arrecadação”. Pedro Paulo não foi denunciado pelo MP-RJ.

Em março deste ano, Paes virou réu na Justiça Federal por corrupção passiva, fraude em licitação e falsidade ideológica, por supostos desvios de quase R$ 120 milhões nas obras de construção do Complexo de Deodoro para as Olimpíadas de 2016. Na ocasião, Paes negou sua participação.

Nota

Em nota, a defesa do ex-prefeito criticou a busca e apreensão em sua casa dizendo se tratar de uma tentativa de interferência no processo eleitoral. "Às vésperas das eleições para a Prefeitura do Rio, Eduardo Paes está indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral - da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do estado", afirmou, ressaltando ainda que "a defesa sequer teve acesso aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá se pronunciar".

A candidatura de Paes à Prefeitura do Rio foi lançada na semana passada. O fato de virar réu não o impede de se candidatar ao pleito de 15 de novembro. Pela lei, ele só se tornaria inelegível após condenação em segunda instância.

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