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MP mira fraudes na Saúde nas gestões de Paes e Crivella

Atualizado: 24 de jul. de 2020


Policiais civis cumprem mandados de busca e apreensão contra pessoas envolvidas fraudes na Saúde (Reprodução)

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) realizaram nesta quinta-feira (23) uma operação para prender cinco pessoas envolvidas em supostos desvios de R$ 6,5 milhões em contratos da Organização Social Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) com a Prefeitura do Rio. As investigações são acerca de contratos no valor de R$ 4,3 bilhões destinado ao Iabas nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella, entre 2009 e 2019.

Entre os presos estão o empresário Luis Eduardo da Cruz, acusado de ser administrador oculto da Iabas, e a mulher dele, Simone Amaral da Silva Cruz, que moram em uma mansão no condomínio Novo Leblon, na Barra da Tijuca. O casal já havia sido preso em 2018.

Foram presos também o meio-irmão Luís Eduardo, Marcos Duarte da Cruz, além de Adriane Pereira Reis e o empresário Francesco Favorito Sciammarella Neto.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados e de outros fornecedores da OS. Alguns mandados foram cumpridos em São Paulo com apoio do Ministério Público (MP-SP) e da Polícia Civil daquele estado.

De acordo com o MP-RJ, os acusados vão responder por peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O Iabas já responde por supostas irregularidades em outra investigação envolvendo hospitais de campanha do governo do estado.

Através de nota, a Prefeitura do Rio afirmou que o Iabas foi desqualificado para participar de novas licitações junto ao município, em 2019, e recebeu multa de R$ 27,7 milhões.

Recorde com Crivella

Entre 2010 e 2018 - gestões Paes e Crivella -, a Prefeitura do Rio repassou R$ 3,5 billhões para o Iabas. No governo Eduardo Paes, até 2016, o total foi de R$ 2,3 bi. Sob Marcelo Crivella, o montante foi de R$ 1,2 bi, entre 2017 e 2019. Com Paes, o ano de maior fartura para o Iabas foi 2016, quando recebeu R$ 464,3 milhões dos cofres municipais. No entanto, foi na gestão do atual prefeito que os valores alcançaram a maior cifra em 10 anos: R$ 553,4 milhões, em 2017, primeiro ano da administração Crivella.

A nota da Prefeitura

"A OS Iabas foi desqualificada pela atual gestão do prefeito Marcelo Crivella, que, ao assumir, herdou a contratação do Iabas da gestão do prefeito anterior.

Crivella desqualificou o Iabas, após um processo com ampla defesa, por não atingir 50% das metas propostas no contrato de gestão. O motivo da desqualificação, portanto, foi má gestão dos recursos públicos, gerando desassistência aos usuários.

A desqualificação do Iabas foi publicada no DO do município no dia 25 de abril de 2019 – e essa OS não tem mais contratos com a gestão municipal.

A prefeitura atual ainda multou o Iabas em R$ 27,9 milhões", diz a nota publicada no G1.

A nota do Iabas

"O Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS) informa que na manhã de hoje sua sede foi alvo de uma operação de busca e apreensão relativa a contratos de gestão com a Prefeitura do Rio de Janeiro, que não estão mais vigentes. A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro não abrange os contratos dos hospitais de campanha com o governo do Rio de Janeiro, nem com os contratos mantidos com a Prefeitura de São Paulo e o governo do Mato Grosso.

O IABAS está colaborando com as autoridades, mas ressalta que mantém estritos padrões de coportamento ético e legal e que presta regularmente contas de suas ações aos órgãos de controle das entidades contratantes e aos Tribunais de Contas. Todas as suas prestações de contas relativas aos contratos com a Prefeitura do Rio foram aprovadas, apenas as informações de 2019 ainda estão sob análise.

O instituto aguarda o desenvolvimento das investigações para saber o que há de concreto nas ilações apresentadas pelo Ministério Público do Rio.

Por fim, o IABAS ressalta que Luiz Eduardo Cruz não possui mais nenhuma relação com o instituto desde setembro de 2017. A direção do IABAS desconhece que qualquer empresa ligada à família de Luiz Eduardo Cruz mantenha contrato com a instituição."

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