MPF pede prisão de policiais envolvidos na morte da menina Heloísa
O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na ação que resultou na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos de idade. O pedido foi feito na sexta-feira (15), portanto, antes de a criança morrer.
Heloísa morreu às 9h22 deste sábado (16) devido a uma parada cardiorrespiratória. Ela foi atingida por tiros na cabeça e pescoço, quando passava com a família pelo Arco Metropolitano do Rio de Janeiro e ficou nove dias internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Segundo William da Silva, pai da menina Heloísa, o carro onde eles e a outra filha, de 8 anos, e uma tia viajavam foi alvo de tiros que partiram de uma viatura da PRF.
De acordo com o Globo, uma testemunha que viu a abordagem de agentes da PRF filmou a ação policial. Na gravação, o homem diz que os policiais “saíram atirando no carro”. No vídeo, é possível também ouvir, ao fundo, gritos de parentes da criança, que havia acabado de ser baleada.
O MPF pediu ainda nova perícia nas armas dos policiais e no carro da família, já que não concordou com o trabalho realizado pela Polícia Civil.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a PRF disse que não tem informações sobre os pedidos de prisão feitos pelo MPF.
Mais cedo, em nota, a PRF afirmou que se solidariza com a família de Heloísa, que está sendo acompanhada pela Comissão de Direitos Humanos da corporação, para acolhimento e apoio psicológico. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo MPF.
Lula se manifesta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou rede social para se manifestar sobre a morte de Heloísa. No texto, disse que a criança foi atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. "Algo que não pode acontecer".
Mendes: PRF precisa ter 'existência repensada'
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal STF) também usou rede social para comentar a morte da menina Heloisa, e afirmou que a existência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) precisa ser repensada. Para o ministro, em casos de "violações estruturais", é necessário pensar em "medidas também estruturais". Antes, Mendes citou o caso da morte de Genivaldo Santos asfixiado em uma viatura da PRF e a atuação da PRF durante as eleições do ano passado, quando montou blitze em locais em que o presidente Lula (PT) tinha feito mais votos no primeiro turno - na época, o chefe da PRF, Silvinei Vasques, indicado do então presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou a publicar em rede social seu apoio explícito ao candidato à reeleição.