Senador quer investigação sobre rachadinha de Jair Bolsonaro
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para investigar a prática de rachadinha que, a exemplo dos gabinetes dos filhos Flávio e Carlos, teria ocorrido também no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro durante os sete mandatos que exerceu na Câmara, em Brasília.
Segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo, análise de documentos relativos aos 28 anos de atividade parlamentar de Bolsonaro, de 1991 a 2018, mostra rotatividade salarial atípica de funcionários, que atingiriam cerca de um terço das mais de 100 pessoas que foram nomeadas para o seu gabinete.
Randolfe afirmou, através de seu Twitter, que pedirá investigação ao MPF sobre o "vaivém" no gabinete de Bolsonaro, que se configuraria na "prática da rachadinha" - esquema de corrupção que ocorre quando funcionários de um gabinete devolvem parte ou total de seus salários para o político.
De acordo com a reportagem, funcionários eram exonerados e recontratados no mesmo dia, prática que acabou sendo proibida pela Câmara por lesar os cofres públicos. A movimentação era para obtenção indevida de recebimento da rescisão contratual, que gerava indenizações como férias e décimo terceiro.
Assessores investigados trabalharam para Bolsonaro
Além disso, assessores teriam salários dobrados, triplicados e quadruplicados e, pouco tempo depois, as remunerações eram reduzidas a menos da metade.
Outro dado revelado pela reportagem é que nove assessores do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, atualmente senador, que tiveram o sigilo quebrado pela Justiça na investigação sobre corrupção na Assembleia Legislativa do Rio, foram lotados, antes, no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
Pelo menos seis deles estão na lista dos funcionários que tiveram intensa movimentação salarial no gabinete de Jair na Câmara.
Um desses assessores, de acordo com a reportagem, é Nathália Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, que está preso, acusado de operar esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro. Acusada de trabalhar como personal trainer no Rio enquanto era contratada na Câmara, ela passou por oscilações salariais e foi demitida no mesmo dia em que seu pai foi exonerado por Flávio, em 15 de outubro de 2018, quando estourou o escândalo das rachadinhas na Alerj. Fabrício Queiroz, descoberto como operador do esquema de Flávio, operaria também para Jair.
Com Sputnik Brasil
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