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'Não sei quem entregou documento', diz Torres sobre minuta do golpe


Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, depõe na CPI (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O documento com o passo a passo para um golpe de Estado no Brasil encontrado pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres foi um dos principais temas desta terça-feira (8) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.


“Em razão da sobrecarga de trabalho, eu normalmente levava a pasta de documentos para casa. Os documentos importantes eram despachados e retornavam ao ministério, sendo os demais descartados. Um desses documentos deixados para descarte foi o texto chamado de minuta do golpe”, explicou Torres na CPMI.


Ele disse que o papel não foi para o lixo por mero descuido. “Não sei quem entregou esse documento apócrifo e desconheço as circunstâncias em que foi produzido”, afirmou.


A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), questionou a versão de Torres e citou documento do Ministério Público Federal, segundo o qual a minuta estava “muito bem guardada em uma pasta do governo federal, junto com outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”. De acordo com Eliziane, a CPMI tem fotos que mostram que a minuta estava bem posicionada em um armário. “Não é crível, por exemplo, que seja um documento para descarte”, acrescentou.


“Ele [documento] não estava guardado em um lugar privilegiado na minha casa, ele saiu da minha área de atuação ali no quarto e, por isso, ele não tinha sido descartado”, rebateu Torres, afirmando que, provavelmente, alguém arrumou o quarto e mudou de lugar a chamada minuta do golpe.


Após as inquirições da relatora, parlamentares dividiram-se na imputação ou na defesa da responsabilidade de Anderson Torres quanto aos ataques aos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro.


O senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que a CPMI tem de apurar a omissão e a conivência de pessoas e instituições, ao citar "a escolta" da Polícia Militar aos manifestantes na Esplanada no dia 8 de janeiro.


Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que a intolerância no Brasil começa a se fortalecer já na campanha de 2018.


"A intenção de produzir uma ação contra o Estado Democrático de Direito não foi uma ação do dia 8 [de janeiro]. Esse mesmo inquerido [Anderson Torres] é informado que haveria uma ação violenta contra as instituições e faz ouvidos de mercador e tenta se esquivar da responsabilidade institucional que tem um secretário de garantir a segurança do patrimônio público e das pessoas no DF", disse.


A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) reforçou os questionamentos sobre a chamada "minuta de golpe", diante do fato de peritos terem apontado que no documento há apenas digitais de Torres, de seu então advogado e de um delegado da PF, e sobre a participação em transmissões ao vivo, pelas redes sociais, do ex-presidente Jair Bolsonaro contestando a lisura das urnas eletrônicas.


Para o deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ), o depoente "coloca tudo num lugar formal e técnico" se eximindo das responsabilidades. O deputado disse que se alguém falhou, esse alguém esteva subordinado a Torres.


"O máximo que o Sr. consegue dizer é 'eu assinei um protocolo e alguém falhou'. É uma coordenação integrada sob coordenação da Secretaria de Segurança Pública", expôs.


O deputado federal Rafael Brito (MDB-AL) também questionou o depoente. Brito disse que a versão de Torres contradiz a perícia da Polícia Federal, que concluiu que só havia três impressões digitais no documento: a de Torres, a do advogado dele e a do delegado que fez a apreensão da minuta.


“O senhor não pode ter recebido essa minuta, a não ser que a pessoa que lhe entregou a minuta estivesse usando luvas, o que leva a crer, nessa perícia da Polícia Federal, que o senhor imprimiu essa minuta e guardou essa minuta”, argumentou o deputado.


Torres negou ter imprimido o texto e, com isso, Brito perguntou se a perícia da PF falhou ao não encontrar outra digital. “Eu não entendo de perícia digital, mas, enfim, eu não sei por quê. Deveria ter encontrado [outra digital]”, finalizou Torres.


Com informações da Agência Brasil e Agência Senado

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