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‘Negar pandemia é estar a serviço do lucro’, diz pastor

Na contramão de outros líderes religiosos do país, o Reverendo Daniel Valente, do Ministério Leão de Judá, se coloca a favor do protagonismo feminino, da inclusão de todo e qualquer grupo social e luta contra as desigualdades econômicas. Este posicionamento o fez criar sua própria organização social para atender pessoas em situação de vulnerabilidade. O Instituto de Beneficência e Espiritualidade Somos Valentes (IBESVA), no Centro de Niterói, oferece cursos, palestras e atividades culturais gratuitas para crianças e jovens de baixa renda.

Foto: Arquivo Pessoal

O pastor de origem simples nasceu no Morro da Chácara. Suas maiores referências são a avó e a mãe, que mesmo não sendo niteroienses, fizeram de tudo para que ele nascesse na cidade. O reverendo cresceu e mora até hoje em Niterói, onde também construiu sua obra social.


Consciente do papel que representa na comunidade onde atua, o Reverendo Daniel denuncia o período de negacionismo e de mercantilização da fé que os cristãos enfrentam atualmente.


“O fato é que tanto a negação da pandemia quanto a promoção de aglomerações pertencem a uma agenda a serviço do ‘lucro a todo o custo’, onde a vida humana é vista como um ativo que pode ser comercializado”, critica.


Ele afirma que, em geral, as pessoas só querem exercer sua religiosidade e não conhecem a origem e os propósitos ocultos das instituições que frequentam. Por isso, diz ele, acabam cooperando de forma inconsciente com a disseminação de barbaridades e fortalecendo instituições criminosas que atuam livremente sem fiscalização do poder público.


De tanto ver essa situação se repetir, decidiu fundar a própria organização para alertar e acolher aqueles que não concordavam mais com as diretrizes de suas comunidades religiosas.


Em 2017, criou o Instituto de Beneficência e Espiritualidade Somos Valentes (IBESVA), uma organização sem fins lucrativos que, segundo o reverendo, se define como “um rugido de cristãos que não aguentam mais ver sua fé sendo manipulada para fins contrários à proposta original de Jesus de Nazaré”.


O instituto


O IBESVA, como explica Daniel Valente, atua na desconstrução da “imagem do Jesus branco e ocidental, criada para ludibriar as pessoas”, e incentiva o retorno às raízes dos ensinamentos voltados ao povo humilde e excluído, através de estudos, palestras e rodas de leitura dos textos bíblicos e de outras literaturas cristãs.


O instituto organiza diversas atividades para pessoas em situação de vulnerabilidade, como os moradores do Morro do Estado, Chácara e Arroz, lugares onde o poder público não tem atuação constante.


Dentre as atividades, destacam-se: o Coral Popular de Mulheres, que une as vozes femininas dos morros e favelas na luta pela conquista de seus direitos; cursos de informática, fotografia, música e instrumentos; além de jogos psicopedagógicos para crianças. As atividades nesse momento não estão acontecendo por conta da pandemia de COVID-19.


A instituição também apoia cerca de 25 famílias, com a doação de cestas básicas e outros itens, a partir da contribuição dos 21 parceiros que investem nas ações sociais. O Reverendo Valente afirma que deseja expandir a área de atuação do instituto no futuro para conseguir atender mais pessoas. E para isso espera contar com a ajuda do poder público e de outros patrocinadores do setor privado.


Para saber mais sobre o IBESVA acesse:

http://www.ibesva.com/index.html

Telefone: 21 3741-7918

contato@ibesva.com


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