No Dia do Exército, mais uma bravata autoritária de Bolsonaro

Nesta terça-feira (19), durante cerimônia de celebração do Dia do Exército em Brasília, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), voltou a questionar o sistema eleitoral brasileiro e soltou mais uma de suas bravatas autoritárias usando as instituições militares. Desta vez, Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas "não dão recados", "sabem como proceder" e "sabem o que é melhor para o seu povo". Isto, após um acúmulo de notícias negativas que vêm desmoralizando as FA, como compras de Viagra, próteses penianas, picanha, filé mignon, salmão, bacalhau e milhões de leite condensado.
"As Forças Armadas não dão recados. Elas estão presentes. Elas sabem como proceder. Sabem o que é melhor para o seu povo, o que é melhor para seu país", discursou.
Dirigindo-se aos presidentes da Câmara e do Senado – Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente – que estavam presentes, Bolsonaro, que tentará este ano a reeleição, disse que a "alma da democracia" depende da transparência do sistema eleitoral.
Em seguida, voltou a falar em "suspeição" do sistema eleitoral, mas, desta vez, ressaltou que as Forças Armadas também participaram "de todo o processo eleitoral".
"Não podemos jamais ter eleições no Brasil que sob ela paire o manto da suspeição. [...} Eu tenho certeza que as eleições do corrente ano seguirão o seu ritmo normal. Até porque, eu quero cumprimentar aqui o ministro Luís Barroso que, enquanto presidente do Tribunal Superior Eleitoral, convidou as Forças Armadas, repito, convidou as Forças Armadas a participar de todo o processo eleitoral", disse Bolsonaro, entretanto, sem esclarecer que se tratam de quadros técnicos militares que participaram este ano, junto ao TSE, do processo de segurança do sistema eletrônico de votação que será utilizado nas eleições de outubro.
Apesar de ter sido eleito em 2018 através das urnas eletrônicas, o presidente já fez diversos ataques ao sistema eleitoral brasileiro, que funciona há 25 anos. Jair Bolsonaro é investigado no STF e no TSE por ter levantado suspeições sobre as urnas sem jamais apresentar uma única prova de irregularidade.
No ano passado, também no Dia do Exército, Bolsonaro compareceu a uma manifestação pró-golpe em frente ao Quartel-General do Exército na qual bolsonaristas carregavam faixas com pedidos de intervenção militar. Na ocasião, o STF abriu um inquérito para investigar a participação de deputados no ato que acabou arquivado.