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Nova espécie de ave da Caatinga é descoberta


Dados genéticos inéditos de um grupo de aves da Caatinga conhecidas como choca-do-nordeste indicam que alterações no curso do rio São Francisco e oscilações climáticas ocorridas ao longo de um milhão de anos causaram a divisão do grupo em duas espécies distintas. Os indivíduos da nova espécie, até então, eram considerados parte da espécie Sakesphoroides cristatus. Porém, o estudo descobriu diferenças genéticas, de plumagem e de canto entre os grupos analisados, evidenciando que se tratava de uma nova espécie na natureza.

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A descoberta foi realizada por cientistas do Instituto Tecnológico Vale (ITV-DS), Museu Paraense Emílio Goeldi e das universidades federais do Pará (UFPA) e do Rio Grande do Norte (UFRN).​

Oscilações climáticas na Caatinga resultaram no surgimento da espécie Sakesphoroides niedeguidonae. Pablo Cerqueira


A pesquisa envolveu a análise de 1079 aves, incluindo 92 exemplares preservados em museus e 987 fotografias digitais, além de 115 gravações sonoras e 58 amostras de material genético. Foram estudados 568 registros de ocorrência, permitindo a estimativa da história genética e das relações de parentesco entre as linhagens.


A equipe descobriu ainda dois padrões distintos no canto das aves, correlacionados com diferenças na plumagem das fêmeas, e uma variação genética de 1,8% entre os grupos. Alexandre Aleixo, pesquisador do Instituto Tecnológico Vale (ITV-DS) e autor do artigo, destaca que essa diferença seria próxima de zero se os indivíduos pertencessem à mesma espécie.


Comparações com outras espécies da mesma família confirmaram que essa variação é significativa. Pablo Cerqueira, pesquisador-bolsista do ITV e primeiro autor do artigo, enfatiza que esse valor é superior ao encontrado entre espécies reconhecidas há séculos como diferentes. Os achados chamam atenção para a diversidade da Caatinga.


“Estamos vendo que a Caatinga tem espécies ainda não descritas de todos os grupos e, quanto mais frequente for a incorporação de dados moleculares nos estudos, maior é a chance de encontrar novas espécies”, comenta Aleixo. Cerqueira destaca que esse foi o primeiro estudo a mostrar um novo padrão evolutivo para as aves da região, sinalizando que ainda há muito a ser descoberto.


O estudo pode contribuir para a criação de estratégias de proteção para essas espécies e para o ecossistema como um todo, além de abrir espaço para outras pesquisas.


“Os futuros estudos ecológicos e populacionais podem ser mais focados em cada uma das espécies, avaliando se os tamanhos populacionais estão sofrendo influência do desmatamento e se variam com o aumento de temperatura”, exemplifica Cerqueira.


A partir da hipótese de diversificação da Caatinga mediada pelo rio São Francisco e das oscilações climáticas históricas, o grupo planeja continuar testando esses padrões em outras espécies com distribuição similar.


“Queremos também trabalhar com genomas completos em torno dessa nova espécie e entender melhor como é a relação com a espécie irmã quando elas se encontram”, conclui Aleixo.


Fonte: Vale

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