Novo presidente da Petrobrás pode ser barrado por currículo
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Novo presidente da Petrobrás pode ser barrado por currículo

Atualizado: 25 de mai. de 2022


(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Após demitir na noite de segunda-feira (24) José Mauro Coelho, que ficou apenas 40 dias no cargo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou o comunicador Caio Mario Paes de Andrade, atual secretario de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, para a presidência da Petrobrás. Especialistas ouvidos pela Folha de S. Paulo afirmam que o nome de Paes de Andrade deve encontrar dificuldades de ser aprovado pelo Comitê de Governança da empresa, pois sua experiência profissional não atende aos requisitos definidos pela Lei das Estatais e adotada pela Petrobrás.

A lei exige dos postulantes a cargos de direção experiência de 10 anos na mesma área de atuação da empresa pública ou quatro anos na chefia de empresa de porte equivalente.

De acordo com a nota do governo, o indicado é formado em Comunicação Social, com pós-graduação e Administração e Gestão e mestrado em Administração, cursados nos EUA.

O novo nome para presidir a Petrobrás, ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, já sinalizou a interlocutores que não pretende mudar a política de preços da estatal.

Segundo especialistas, a sequência de trocas de presidente na estatal (Paes de Andrade é o quarto no atual governo) não passa de cortina de fumaça, já que Bolsonaro não pretende assumir a decisão de usar a "caneta bic" para mudar a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que faz disparar os preços dos combustíveis no país.

A ordem no governo Bolsonaro é para transferir responsabilidades. O discurso a ser mantido é de que hoje os principais culpados pelo aumento dos combustíveis seriam os governadores, apontando que o ICMS é o vilão dos preços - o que não é verdade.

Segundo a nota divulgada pelo governo para justificar a demissão de Coelho, o Brasil vive um "momento desafiador", decorrente dos efeitos da "volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais".

"Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos", conclui o comunicado.

Política de preços

A Petrobrás está submetida ao critério de paridade internacional, política adotada pelo governo Michel Temer em outubro de 2016 que faz o preço dos combustíveis variar de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional e das oscilações do dólar.

De acordo com o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, quem decide os rumos da Petrobrás é o presidente da República, e Bolsonaro tenta esconder que o único responsável pelos aumentos absurdos nos preços dos combustíveis é ele mesmo. A abusiva política de preço que Bolsonaro agora critica é decisão de governo, não é fixada por lei, como ele quer fazer crer. Só no atual governo, de janeiro de 2019 até hoje, a gasolina já acumula 155,8% de aumento nas refinarias; o diesel subiu 165,6% e o GLP aumentou 119,1%, fazendo com que o preço médio do botijão de gás de cozinha esteja acima de R$ 120,00.

“Bolsonaro mente mais uma vez quando diz não poder mudar o PPI, política que reajusta preços de acordo com a variação do petróleo no mercado internacional, oscilação cambial e custo de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo. A Petrobrás não é forçada a utilizar o PPI", afirma Barcelar, citado em publicação da FUP.

“Bolsonaro não muda a política de reajustes porque não quer desagradar acionistas privados, que têm no PPI a garantia de altos lucros gerados pela estatal, cuja diretoria é nomeada pelo próprio presidente da República. O foco da Petrobrás hoje é gerar e distribuir valor para acionistas. Mais de 45% são investidores estrangeiros, com ações da Petrobrás nas bolsas de São Paulo e de Nova Iorque”, explica Bacelar, criticando ainda: “Com sua política de pouco caso com o brasileiro, Bolsonaro promove uma brutal transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos.”

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