O acesso do Botafogo pelos olhos do profissional, torcedor e....pai!
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O acesso do Botafogo pelos olhos do profissional, torcedor e....pai!

COLUNA "CONEXÃO CLUBES DO RIO"


por Edu Gomes

Festa da torcida do Botafogo na vitória sobre o Operário na última segunda (15). Foto: reprodução

Na última segunda-feira (15), o Botafogo garantiu o seu retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, ao vencer o Operário pelo placar de 2x1 no Estádio Nilton Santos. Destinado para cobrir esse jogo, pensei na possibilidade de levar minha filha, Maria Luísa, junto a mim. Nessa hora, botafoguense que sou e nunca escondi, ocorreu uma mistura de sentimentos que iam do profissional, passavam pelo torcedor e chegavam no pai.


Devido a pandemia, Maria Luísa não tinha tido ainda a oportunidade de ir a um jogo de futebol em estádio, mesmo já sabendo minimamente o que o esporte representa e, mais ainda, o que o Botafogo significa. Não fui daqueles pais que faziam de tudo para a filha ou filho "torcer para seu time". A primeira camisa do Botafogo que a Maria ganhou, só para se ter uma ideia, foi exatamente na última segunda-feira, comprada às pressas antes da partida contra o Operário (e da cor rosa, como ela fez questão de escolher). Confesso, todavia, que nem precisava forçar muito a barra para ela seguir esse caminho: bastaria ela olhar para o que sou, para assim entender a força identitária que o Botafogo possui em minha vida. Quando me dei conta, a Maria já estava com 3 ou 4 anos cantando "Vamos, vamos, vamos Botafogo" por todos os cantos da casa.


Por tudo isso, decidi então levá-la ao jogo, mesmo sabendo que estaria lá para trabalhar. Mas nessas horas, não tem jeito: o lado torcedor prevaleceu em vários momentos, deixando o perfil mais "frio" do profissional um pouco de escanteio. E no meio disso, tinha ainda a emoção do sentimento de pai, de vivenciar pela primeira vez esse momento com minha filha. Meu primeiro jogo em um estádio também foi em uma partida decisiva para o Botafogo, mas em um cenário completamente distinto do atual. Trata-se do segundo jogo da semifinal do Campeonato Brasileiro da Série A de 1995, no Maracanã. Naquela ocasião, o Glorioso se classificou para a final após um empate em 0x0 com o Cruzeiro. Depois, se sagrou campeão brasileiro, ao superar o Santos na final. Eu tinha 5 anos e guardo nas minhas memórias até hoje esses momentos do último título brasileiro da Série A conquistado pelo alvinegro carioca.


De lá pra cá os tempos não foram tão bons para o Botafogo e o cenário atual é outro, de fato. Depois de três rebaixamentos em menos de 20 anos, o clube está mais uma vez disputando a Série B do Brasileirão em 2021. Como explicar tudo isso para minha pequena botafoguense em casa? Na verdade, nem precisei. Ver a festa da sempre fiel torcida alvinegra na vitória que garantiu o acesso do Botafogo, foi o suficiente para a Malu transbordar de felicidade. E tudo isso logo em sua primeira partida em um estádio de futebol, aos 6 anos. Sem dúvida alguma, será algo que ficará marcado em sua memória para sempre, assim como foi aquele jogo contra o Cruzeiro para mim.


Não sei se no futuro ela será apaixonada por futebol ou pelo Botafogo como sou hoje. Assim como meu pai não sabia quando decidiu me levar pela primeira vez ao Maracanã no longínquo ano de 1995. O que sei é que esses momentos materializam laços identitários que vão muito além. Laços esses que tenho a felicidade de poder construir com minha filha. Que me fizeram, em diferentes momentos do jogo contra o Operário, não saber definir que Eduardo estava ali, se era o profissional, o torcedor ou o pai. Na verdade, a conclusão que chego é que sou um pouco de todos esses "Eduardos". E a Maria Luísa conseguiu me fazer enxergar isso como há muito tempo não via.


Amanhã (21) o Botafogo, em busca do título da Série B, joga contra o lanterna Brasil de Pelotas no Rio Grande do Sul. Depois, fecha sua participação na competição contra o Guarani no próximo dia 28, novamente no Estádio Nilton Santos. E a Maria Luísa já está aqui ansiosa me questionando se o "título já foi confirmado". Que ela continue "pé quente" mas, acima de tudo, entendendo os significados simbólicos do que representa, como já dizia Vinicius de Moraes, "torcer pelo Botafogo". Significados esses que, uma vez mais, ela reacendeu como nunca no profissional que aqui vos escreve.



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