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O 'Olho de Deus' chinês está derrotando Elon Musk e prepara o nocaute


Elon Musk, CEO da Tesla (Reprodução)
Elon Musk, CEO da Tesla (Reprodução)

Reportagem da agência Reuters divulgada nesta terça-feira (10) revela que as montadoras chinesas de veículos elétricos, lideradas pela BYD, já superaram a Tesla na corrida por carros elétricos acessíveis. Agora, o chineses estão avançando na disputa global por veículos autônomos.


A competição vinda da China foi um dos fatores que levou a Tesla a mudar sua estratégia e abandonar os planos de lançar um novo modelo de carro elétrico acessível de US$ 25 mil. Em vez disso, o CEO da Tesla, Elon Musk, apostou o futuro da empresa nos robotáxis, uma promessa que sustenta boa parte do valor de mercado da companhia, atualmente estimado em cerca de US$ 1 trilhão.


No entanto, a Tesla enfrenta concorrência feroz na área de veículos autônomos justamente por parte das mesmas montadoras chinesas que inviabilizaram seus planos anteriores.


A BYD abalou a indústria de veículos inteligentes no início deste ano ao oferecer gratuitamente seu pacote de direção autônoma “Olho de Deus”, concorrente direto da tecnologia da Tesla (FSD) vendida por quase US$ 9 mil na China.


“Com o ‘Olho de Deus’, a estratégia da Tesla começa a desmoronar”, disse Taylor Ogan, investidor americano da BYD baseado em Shenzhen, que possuiu vários Teslas e dirigiu modelos da BYD com o “Olho de Deus”, que considera mais avançado que o FSD (Full Self-Driving – “Direção totalmente autônoma” em tradução livre) da Tesla.


E não é só a BYD. Outras empresas automotivas e de tecnologia da China estão oferecendo veículos elétricos acessíveis com tecnologia semelhante ao FSD por valores relativamente baixos. A Leapmotor e a Xpeng, por exemplo, disponibilizam sistemas que funcionam tanto em rodovias quanto em áreas urbanas em veículos de US$ 20 mil. Uma série de empresas chinesas está apostando nesse setor, com o apoio do governo do país.


Um obstáculo importante para a Tesla são as regulamentações chinesas que impedem a empresa de usar dados coletados por seus carros na China para treinar a inteligência artificial do FSD nos EUA. A Tesla tem negociado com autoridades chinesas para obter permissão para transferir esses dados para os EUA, até agora sem sucesso.


Enquanto isso, os concorrentes da Tesla na China se beneficiam de subsídios e outras formas de apoio político de Pequim para tecnologias avançadas de direção autônoma. Esses benefícios também são resultado de uma década de competição acirrada no setor de veículos inteligentes na China, que criou economias de escala e uma cultura de margens de lucro menores para acelerar a adoção de novas tecnologias — o que reduziu os custos de produção.


Taylor Ogan disse ter dirigido recentemente vários modelos da BYD com o sistema “Olho de Deus” e não precisou assumir o volante em nenhum momento ao percorrer as congestionadas ruas de Shenzhen, uma megalópole do sul da China com 18 milhões de habitantes.


Outro player relevante no setor de veículos inteligentes na China é a Huawei, segundo especialistas.


Jornalistas da Reuters andaram em abril por Shenzhen a bordo de um Aito M9 — SUV elétrico de luxo da Seres com tecnologia da Huawei. Com as mãos do motorista fora do volante, o veículo saiu de uma rodovia e entrou sem dificuldades em uma zona urbana congestionada. O M9 desacelerou ao se aproximar de um operário de construção que parecia atravessar a via, virou à direita e desviou suavemente de dois homens descarregando caixas de um caminhão estacionado, e por fim estacionou sozinho na sede da Huawei na cidade.


A Huawei foi uma das diversas empresas chinesas — incluindo Zeekr, Changan e Xpeng — que divulgaram avanços rumo à autonomia total na última feira automotiva de Xangai, em abril, mesmo com o anúncio de Pequim de uma nova regulamentação para conter o uso de termos como “inteligente” e “autônomo” após um acidente fatal com um veículo da Xiaomi equipado com “direção autônoma”.


A Huawei afirmou que está pronta para se submeter a um novo regime de validação que está sendo desenvolvido por reguladores chineses para certificar os chamados sistemas de direção de Nível 3, ou seja, suficientemente avançados para permitir que os motoristas desviem o olhar da estrada, a menos que o sistema os notifique para reassumir o controle. A Zeekr, marca de luxo da gigante automobilística chinesa Geely, igualmente planeja em breve vender carros com sistemas de Nível 3.


A Tesla ainda não lançou uma versão “não supervisionada” do FSD, pois sua tecnologia precisa de mais treinamento para operar sem as mãos do motorista no volante e os olhos na estrada.


Mesmo assim, a empresa de Elon Musk anunciou o lançamento de táxis autônomos em Austin já para este mês de junho. Pouco se sabe sobre os planos da empresa. A companhia informou que pretende inicialmente implantar entre 10 e 20 robotáxis sem motorista, em áreas geográficas restritas da cidade, que não foram publicamente divulgadas.


De acordo com uma análise da A2MAC1, empresa de desmontagem sediada em Paris que compara componentes, a versão intermediária do “Olho de Deus” mais comparável ao FSD da Tesla utiliza um chip de computação da Nvidia com dados coletados por 12 câmeras, cinco radares, 12 sensores ultrassônicos e um sensor LiDAR (tipo de sensor de profundidade que realiza mapeamento 3D com precisão) a um custo de US$ 2.105. Em comparação, o FSD da Tesla custa cerca de US$ 2.360 e utiliza câmeras sem sensores adicionais e dois chips de IA, estima a empresa.


A BYD tem uma “vantagem clara e contínua na ampliação da participação de mercado” em relação à Tesla na coleta de dados reais para aprimorar o “Olho de Deus”, disse McNally, da Evercore, acrescentando que essa vantagem pode aumentar mais, à medida que a oferta gratuita do sistema impulsiona as vendas de veículos da BYD.


A escala da BYD ainda ajuda a reduzir custos ao proporcionar um poder de barganha incomum com fornecedores. Em novembro, um executivo da empresa responsável pelas operações de veículos de passeio escreveu a fornecedores informando que a montadora vendeu 4,2 milhões de veículos no ano passado (mais que o dobro das vendas da Tesla) devido à “inovação tecnológica, economias de escala e uma cadeia de suprimentos de baixo custo”.


O executivo observou que o novo ano provavelmente traria mais crescimento, mas também uma concorrência mais acirrada. Sem mencionar diretamente o “Olho de Deus”, ele encerrou a carta pedindo aos fornecedores um corte geral de 10% nos preços de todas as peças e sistemas a partir de 1º de janeiro, chamando o novo ano de “round final de nocaute”. Principais trechos, traduzidos pela Súmula Internacional, da reportagem de Norihiko Shirouzu para a Reuters.

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