O plano de Israel para evacuação da Cidade de Gaza

(Foto: Divulgação/Forças de Defesa de Israel)

Por Carl Osgood (EIRNS)

A presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, emitiu um comunicado em 30 de agosto alertando que a evacuação da Cidade de Gaza, conforme exigido pelos israelenses, é impossível. “É impossível que uma evacuação em massa da Cidade de Gaza seja realizada de forma segura e digna nas condições atuais. Tal evacuação desencadearia um movimento populacional massivo que nenhuma área da Faixa de Gaza pode absorver, dada a destruição generalizada da infraestrutura civil e a extrema escassez de alimentos, água, abrigo e assistência médica”, disse Spoljaric. “A ordem seria imposta a civis já traumatizados por meses de combates e aterrorizados pelo que pode vir a seguir. Muitos não conseguem cumprir as ordens de evacuação porque estão famintos, doentes, feridos ou sofrendo de deficiências físicas. Todos os civis são protegidos pelo Direito Internacional Humanitário, quer partam ou fiquem, e devem ser autorizados a retornar para casa.”

O gabinete de segurança israelense tinha reunião marcada para hoje, embora não se espere que discuta a proposta de libertação gradual de reféns e o acordo de cessar-fogo com os quais o Hamas concordou algumas semanas atrás, informou o Times of Israel em 30 de agosto, citando o Canal 12. De acordo com o Canal 12, os chefes de defesa de Israel se opõem a arquivar a oferta e exigem saber por que o governo é tão inflexível em nem mesmo levá-la à discussão.

Apesar disso, as Forças de Defesa de Israel (IDF) prosseguem com o que pode ser sua campanha mais destrutiva até o momento. Embora tenham vivido sob constante bombardeio israelense por quase dois anos, nada poderia ter preparado os moradores da Cidade de Gaza para os ataques ferozes das últimas semanas, informou o Middle East Eye em 29 de agosto. "Desta vez, é diferente", afirmam muitos deles.

Como parte de seu novo plano de ocupação, o MEE observou que Israel está supostamente tentando forçar quase todos os milhões de civis da Cidade de Gaza a fugir para o sul. Mas, sem zonas de segurança genuínas em Gaza e com a memória de experiências humilhantes de deslocamento ainda viva, muitos se recusam a sair. Ainda assim, a alternativa de permanecer e enfrentar o exército sem nada deixa os moradores aterrorizados.

Do Executive Intelligence Review (EUA), parceiro do TODA PALAVRA