ONU reconhece estado de fome em Gaza e acusa Israel de crime de guerra
- Da Redação
- há 19 horas
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A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu oficialmente, nesta sexta-feira (22), o estado de fome da população de Gaza, após especialistas alertarem que cerca de 500 mil pessoas estão em situação "catastrófica" pela falta de comida na região. É a primeira vez que esse tipo de situação é declarada no Oriente Médio. Segundo a ONU, o estado de fome em Gaza é de responsabilidade direta de Israel, devido à “obstrução sistemática” de ajuda humanitária.
Após meses de advertências de organismos internacionais de direitos humanos, o quadro Integrado da Classificação de Segurança Alimentar (IPC), órgão da ONU com sede em Roma, reconheceu que a fome está em curso em Gaza, devendo se estender às regiões de Deir al Balah e Khan Yunis até o final de setembro e atingir cerca de 600 mil pessoas.
Segundo especialistas da ONU, dentre os cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza, aproximadamente meio milhão enfrentam condições “catastróficas” de insegurança alimentar, o nível mais grave da escala do IPC, caracterizado por fome e risco de morte. Cerca de 1,14 milhão estão em situação de emergência para a fome, e outras 396 mil, em situação de crise para a fome. A região de Gaza representa 20% da Faixa de Gaza.
“A fome em Gaza poderia ter sido evitada se tivéssemos sido autorizados a agir”, afirmou o diretor de ajuda humanitária da organização, Tom Fletcher, durante uma coletiva de imprensa em Genebra. “Fazer as pessoas passarem fome por objetivos militares é um crime de guerra”, completou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.
Israel segue negando que a fome generalizada esteja assolando Gaza. O governo de Benjamin Netanyahu diz que é tudo “baseado nas mentiras do Hamas”. “Não há fome em Gaza”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores israelense, mesmo com dados da ONU e relatos internacionais apontando para uma grave crise humanitária no território palestino.