Operação da PF e MP-RJ quebra 'Banca da Grande Rio'
Uma operação da Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco), desarticulou nesta quinta-feira (24) uma quadrilha que impõe violência e monopólio na venda de cigarros, em diversos bairros do Rio, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias e outros sete municípios do estado. Estão sendo cumpridos 40 mandados de prisão e 75 de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ. Entre os alvos estão policiais militares e civis ligados ao jogo do bicho e máquinas caça-níquel.
As investigações apontam Adilson Coutinho de Oliveira Filho, o Adilsinho, e Cláudio Coutinho de Oliveira como chefes do bando, que não foram encontrados em casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e são considerados foragidos. Eles são irmãos e primos do bicheiro Hélio Ribeiro de Oliveira, o Helinho, presidente de honra da Grande Rio. O esquema criminoso é tratado como "Banca da Grande Rio". A direção da Escola de Samba Grande Rio, citado pelo portal G1, informou que não vai comentar.
De acordo com os promotores, "a organização criminosa se utiliza de fiscais e seguranças para ameaçarem comerciantes que vendem marcas que não aquelas da quadrilha, bem como aqueles que compram cigarros de pessoas não ligadas ao grupo criminoso e/ou descumprem o tabelamento de preços".
Segundo a denúncia do MP-RJ, um dos integrantes do grupo, José Moacyr Fernandes de Oliveira, o Cabeça, pagava propina a policiais "para que deixassem de reprimir os delitos praticados pelo bando". Havia até códigos para denominar delegacias e batalhões. Casa Amarela eram as delegacias e Casa Azul os batalhões.
Ainda de acordo com as investigações, a quadrilha também se aliou a milicianos e traficantes para ameaçarem as vítimas. A atuação da organização criminosa, na capital, é em bairros da Zona Oeste, Norte e Ilha do Governador. Além de Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Rio Bonito, Campos dos Goytacazes, Macaé, Magé, Nova Friburgo, Nova Iguaçu e Paty do Alferes.
Entre os presos na chamada "Operação Fumus" estão os PMs Flávio Lúcio de Oliveira Lemos, o Bololó, e Adriano Teixeira Bastos, além de Carlos Henrique de Araújo, o Henrique Máquina, e Vitor Hugo Gonçalves da Silva Oliveira.
O faturamento mensal do grupo é estimado em R$ 1,5 milhão, e já teria movimentado até hoje mais de R$ 45 milhões.
Segundo os investigadores, os maços de cigarro "C-One" eram comprados da Companhia Sulamericana de Tabacos, com fábrica em Duque de Caxias, de onde eram levados em caminhões para centros de distribuição no Rio e em Campos.
Os alvos responderão por organização criminosa, extorsão, roubo, corrupção, lavagem de dinheiro e crimes tributários.
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