Orçamento privilegia militares e enxuga verba social

O Orçamento de 2022, pelo segundo ano consecutivo, privilegiou a área militar. A pasta que mais recebeu prioridade e verba foi o Ministério da Defesa.
Base aliada do governo Bolsonaro, o ministério teve autorização para gastar um valor que representa quase o dobro reservado à Saúde (R$ 4,6 bilhões) e o triplo à Educação (R$ 3,6 bilhões).
O robusto direcionamento de verba para o setor deixa outros negligenciados. Só para compra de aeronaves e caças da FAB, por exemplo, está reservado R$ 1,2 bilhão, valor maior que todo o montante previsto para ser gasto em saneamento básico (R$ 1 bilhão) e o reservado para o Meio Ambiente, que foi de R$ 61,4 milhões.
O Orçamento evidenciou mais uma vez as prioridades dadas pelo governo Bolsonaro e seus aliados.
Além da verba de R$ 1,2 bilhão para compras de caças, serão destinados ainda R$ 680 milhões para blindados, R$ 475 milhões para submarinos nucleares, R$ 466 milhões para o projeto do cargueiro KC-390, entre outras iniciativas.
A quantia também revoltou os funcionários da Receita Federal, que na quarta-feira (22), iniciaram um movimento nacional de entrega de cargos de confiança após a aprovação do Orçamento. Até esta quinta-feira, 635 auditores entregaram seus cargos de chefia, incluindo 44 conselheiros do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão do topo do Fisco e responsável por julgamentos de créditos tributários da ordem de R$ 940 bilhões em estoque atualmente.
Os auditores tiveram um corte no Orçamento correspondente ao R$ 1,7 bilhão previsto para aumentar salário dos policiais federais, uma demanda do presidente Jair Bolsonaro (PL) com sua base eleitoral.
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