Pacheco se reúne com Fux e fala em conter 'anomalias graves'
Os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniram nesta terça-feira (3), em meio a tensões entre o governo federal e o Poder Judiciário, e divulgaram manifestações em defesa das eleições e da harmonia entre Poderes.
Após o encontro, Pacheco disse à imprensa que "o diálogo é fundamental" e que "anomalias graves", como pedidos de intervenção militar e fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), "precisam ser contidas, rebatidas com a mesma proporção a cada instante".
Pacheco já havia classificado os atos pró-Bolsonaro que defenderam intervenção militar e fechamento do Supremo, no último domingo (1º), como "anomalias graves" e "manifestações ilegítimas e antidemocráticas", como publicou a Agência Senado. O presidente Jair Bolsonaro estava presente no ato do 1º de Maio.
Fux decidiu buscar o apoio necessário no Senado para tentar "esfriar" e contornar a crise.
"O que nós não podemos é permitir que o acirramento eleitoral, que é natural do processo eleitoral e das eleições, possa descambar para aquilo que eu reputei como anomalias graves e se permitir falar sobre intervenção militar, sobre atos institucionais, sobre frustração de eleições, sobre fechamento do Supremo Tribunal Federal, essas são anomalias graves que precisam ser contidas, rebatidas com a mesma proporção a cada instante porque todos nós, todas as instituições têm obrigações com a democracia, com o estado de direito, com a Constituição", declarou Pacheco, conforme noticiou o G1.
Em nota após a reunião, o STF informou que Fux e Pacheco conversaram sobre "o compromisso de ambos para a harmonia entre os poderes, com o devido respeito às regras constitucionais".
"As instituições seguirão atuando em prol da inegociável democracia e da higidez do processo eleitoral", diz a nota do STF.
Desde o ano passado, principalmente a partir dos resultados das pesquisas indicando o ex-presidente Lula na liderança folgada da corrida eleitoral, Bolsonaro vem promovendo ataques às urnas eletrônicas para desacreditar o processo eleitoral. Além dos ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no dia 21 de abril, Bolsonaro concedeu perdão de pena ao deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), um dia após sua condenação pelo STF. Já na semana passada, o presidente defendeu uma apuração paralela à do TSE nas eleições deste ano, escalando a crise entre os poderes.