Pentágono confirma envio de sistema antimísseis THAAD a Israel
O secretário de imprensa do Pentágono, Pat Ryder, confirmou a repórteres em uma declaração, neste domingo (13), que a Defesa dos Estados Unidos vai posicionar sistemas de defesa antimísseis THAAD em Israel.
Seguindo a orientação do presidente dos EUA, Joe Biden, o secretário de Defesa, Lloyd Austin, "autorizou o envio de uma bateria de Defesa de Área de Alta Altitude Terminal (THAAD) e tripulação associada de militares dos EUA para Israel para ajudar a reforçar as defesas aéreas do país do Oriente Médio após os ataques sem precedentes do Irã contra Israel em 13 de abril e novamente em 1º de outubro", disse Ryder.
De acordo com o Exército dos EUA, cada bateria de defesa aérea THAAD consiste em seis lançadores montados em um veículo de carga e 48 mísseis interceptores, oito por lançador.
Além disso, cada complexo inclui um radar de vigilância móvel e um radar de controle, bem como um posto de controle de fogo tático e comunicações.
Ao todo, para operar todos os componentes de uma bateria são necessários 95 soldados.
A pasta enfatizou que os Estados Unidos já haviam enviado uma bateria THAAD para Israel em 2019 com o propósito de treinar e testar a integração de sistemas de defesa aérea. Além disso, sob Biden, o THAAD foi posicionado no Oriente Médio após o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023.
Relatórios da mídia israelense já haviam adiantado a notícia, afirmando que a iniciativa vem como forma de apoio à nação hebraica, que pretende revidar os lançamentos de mísseis iranianos.
O que é o THAAD e por que Israel o quer?
Introduzido no Exército dos EUA em 2008, o Terminal de Defesa da Área de Alta Altitude (THAAD, na sigla em inglês) é um sistema de defesa antimísseis projetado para interceptar mísseis balísticos de curto, médio e intermediário alcance na fase de reentrada.
Desenvolvido pela Lockheed, o THAAD destrói projéteis usando apenas força cinética. Seus interceptadores possuem cerca de 900 kg e 6,17 m de comprimento; e custam cerca de US$ 12 milhões cada (aproximadamente R$ 67 milhões).
Movidos por um motor Pratt & Whitney de combustível sólido com vetorização de empuxo e capacidade de acelerar a velocidades de até Mach 8,2, o THAAD tem um alcance de 150 km a 200 km, incluindo uma altitude de interceptação máxima de 150 km do solo.
Cada veículo de lançamento carrega oito interceptores e, junto com lançadores e um veículo de controle e comando, as baterias apresentam um radar de busca e rastreamento Raytheon AN/TPY-2 X-band com um alcance de detecção de 1.000 km.
Uma bateria THAAD custa US$ 800 milhões (R$ 4,4 bilhões), embora o preço para clientes estrangeiros seja conhecido por ultrapassar US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões). Os EUA operam 7-8 baterias THAAD. Outros operadores incluem os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
Mas o uso em combate provou ser mais morno. O sistema entrou em ação pela primeira vez em janeiro de 2022 sob a bandeira dos Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, o THAAD falhou em interceptar todos os projéteis de uma barragem de mísseis do movimento iemenita, Ansar Allah (também conhecido como Houthi), que incendiaram parte do aeroporto de Abu Dhabi e destruíram caminhões-tanque de petróleo perto de uma base militar que hospedava tropas dos EUA, França e EAU.
A possível insatisfação de Abu Dhabi com o desempenho do THAAD pode tê-lo levado a comprar os sistemas de defesa aérea de curto a médio alcance Rafael SPYDER de Israel.
Sabe-se que os THAADs foram ocasionalmente postos em Israel pelos EUA, mas não está claro onde o sistema estava durante os ataques de drones e mísseis do Irã em abril e outubro, quando vários mísseis penetraram nas defesas e atingiram seus alvos. Os EUA também colocaram THAADs na Coreia do Sul e na Romênia.
No mínimo, o posicionamento do THAAD dos EUA pode ser uma demonstração simbólica do apoio americano contínuo a Israel — cujas defesas de mísseis se mostraram sobrecarregadas por 200 mísseis balísticos iranianos (de um arsenal de milhares), apesar da necessidade de defender menos de 22.000 km² de área terrestre, uma área equivalente ao estado de Sergipe, o menor da Federação brasileira.
Fonte: Agência Sputnik
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