Petrobras cancela contrato de venda da refinaria Lubnor
- Da Redação
- 27 de nov. de 2023
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A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (27) que rescindiu o contrato de venda da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), localizada em Fortaleza, Ceará. Em termos práticos, isso significa que a estatal não vai mais vender a instalação. O negócio tinha sido anunciado em maio do ano passado por US$ 34 milhões, o equivalente, em valores de hoje, a cerca de R$ 170 milhões.
A unidade tem capacidade de processamento de 8,2 mil barris por dia e é uma das líderes nacionais em produção de asfalto.
A unidade havia sido vendida para a Grepar Participações, controlada pela Greca Distribuidora de Asfaltos Ltda. e Holding GV Participações S.A., e fazia parte do pacote de venda de metade da capacidade de refino em acordo assinado com o Cade - órgão ligado ao Ministério da Justiça - na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A venda foi anunciada em maio de 2022. Porém, a empresa compradora não conseguiu atender a todas as cláusulas previstas durante o período de transição da gestão da unidade.
Segundo a estatal, o acordo foi rescindido “em razão da ausência de cumprimento de condições precedentes”.
Condições precedentes
O termo “condições precedentes” representa uma série de compromissos que devem ser cumpridos pelas partes envolvidas após a assinatura do contrato inicial. Caso as condições não sejam atingidas, o negócio é desfeito.
No comunicado, a Petrobras não informou especificamente quais termos não foram cumpridos. Dez por cento do valor da venda, US$ 3,4 milhões, foram pagos à estatal no dia do anúncio do negócio. O comunicado desta segunda-feira não informa se e como o valor será devolvido.
“A Petrobras reforça o seu compromisso com a continuidade operacional da Lubnor, com a confiabilidade e disponibilidade de suas unidades e zelando pela segurança e respeito ao meio ambiente e às pessoas”, publicou a companhia.
A refinaria
Inaugurada em 1966, a Lubnor é uma das líderes na produção de asfalto no Brasil, sendo responsável por cerca de 10% da produção no país. A instalação produz ainda lubrificantes naftênicos, um produto para usos como isolante térmico para transformadores de alta voltagem e amortecedores para veículos e equipamentos pneumáticos.
Além de produtora, a refinaria é também distribuidora de asfalto para nove estados das regiões Norte e Nordeste.
Sindicato
O Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí comemorou o cancelamento da privatização. “Queremos agradecer a toda a sociedade civil, movimentos sociais, parlamentares e demais apoiadores que lutaram contra esse processo de privatização e, principalmente, dar os parabéns à valorosa categoria petroleira, que chegou a realizar uma greve contra essa venda", disse, pelas redes sociais, o presidente do sindicado, Fernandes Neto.
Plano estratégico
À época do anúncio da venda, a Petrobras tinha informado que “a operação estava alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade”.
O cancelamento de agora vai ao encontro do entendimento da atual diretoria, que tomou posse em 2023. Na última sexta-feira (24), na apresentação do plano estratégico para o quinquênio 2024-2028, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que não mais seriam vendidas refinarias. "Pelo contrário, vamos investir nelas”.
Com a Agência Brasil
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