PF desarticula garimpo ilegal de ouro no Maranhão

A Polícia Federal desarticulou nesta quarta-feira (15) uma organização criminosa que atua em garimpos ilegais de ouro na região do Município de Centro Novo, no Maranhão. Cinco pessoas foram presas na chamada Operação Curimã. Segundo a PF, os criminosos têm grande poderio econômico e político, com influência junto a governos, e atuam na região há pelo menos três anos. A PF não informou os níveis de influência política do grupo criminoso.
Os investigados foram os responsáveis pelo desmatamento ilegal de mais de 60 mil hectares de áreas para abertura de garimpos de ouro, sem qualquer autorização dos órgãos competentes.
As investigações apuraram que esses garimpos utilizam cianeto de forma massiva para extração do ouro, além do uso de mercúrio, situação que tem causado grande poluição ambiental, inclusive, do Rio Maracaçumé.
Na ação, 130 policiais federais deram cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão, além de cinco mandados de prisão preventiva nos estados do Maranhão e do Pará, expedidos pela 8ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Maranhão.
Crimes
Os investigados responderão pelos crimes de usurpação de bens da União, poluição, mineração ilegal, além de porte ilegal de arma de fogo e por integrarem organização criminosa. Somadas as penas máximas ultrapassam mais de 20 anos.
Veneno
O cianeto pode atacar o cérebro e provocar tremores, delírios e alucinações, além de provocar parada cardíaca. A vítima desse tipo de envenenamento pode morrer por asfixia ou por falência múltipla de órgãos por isso, os policiais constataram que há grande perigo para população local exposta a este tipo de substância.
Garimpo ilegal cresceu com Bolsonaro
As terras indígenas são as que mais sofrem com o garimpo ilegal do ouro. Segundo dados do Greenpeace, cerca de 70% de todo garimpo realizado na Amazônia em 2020 ocorreu dentro de unidades de conservação e terras indígenas. Além disso, o ano de 2019 é considerado o ano com recorde de invasões, totalizando 160 ocorrências de invasões e exploração ilegal de terras indígenas de janeiro a setembro. Em relação ao ano de 2018, houve uma alta de 40%.
"O discurso contínuo do presidente Jair Bolsonaro acerca da ocupação de terras praticamente convida os invasores e diz que vai garantir a terra para eles", diz Jeane Bellini, coordenadora da Comissão Pastoral da Terra - ligada à Igreja Católica - em entrevista à DW Brasil.
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