PF entrega ao Supremo relatório que indiciou Bolsonaro por desvio de joias
A Polícia Federal (PF) entregou nesta sexta-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório da investigação na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais dez pessoas foram indiciados no caso dos desvios das joias sauditas.
O relatório policial foi entregue pessoalmente por representantes da corporação no protocolo de processos da Corte.
A investigação apurou o funcionamento de uma organização criminosa para desviar e vender presentes luxuosos entregues por autoridades estrangeiras durante o governo Bolsonaro. O valor arrecadado com a venda dos itens de luxo teria a finalidade de ser incorporado ao patrimônio pessoal do ex-presidente.
No documento, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Do protocolo, o relatório agora será enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo. Segundo o STF, não deve ocorrer nenhuma movimentação do processo até a semana que vem.
Moraes deve enviar o indiciamento dos acusados para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao procurador-geral, Paulo Gonet, decidir se Bolsonaro e dos demais acusados serão denunciados ao Supremo e se tornarão réus.
De acordo com o site Metrópoles, além de Jair Bolsonaro, são as seguintes pessoas indiciadas por envolvimento no caso das joias sauditas:
Almirante da reserva Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro - por peculato e associação criminosa;
Tenente-coronel Mauro Cesar Cid, então ajudante de ordens - por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro;
General de Exército Mauro Cesar Lourenna Cid, que ocupou cargo no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, durante o governo Bolsonaro - por lavagem de dinheiro e associação criminosa;
Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, advogados da família Bolsonaro - por lavagem de dinheiro e associação criminosa;
Osmar Crivelatti, então assessor de Bolsonaro - por lavagem de dinheiro e associação criminosa;
Marcelo da Silva Vieira, então chefe do gabinete de documentação histórica da Presidência da República - por peculato e associação criminosa;
José Roberto Bueno Jr, oficial da Marinha do Brasil - por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro;
Júlio Cesar Vieira Gomes, auditor fiscal ex-chefe da Receita Federal no governo Bolsonaro - por peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa;
Marcos Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque - por peculato e associação criminosa.
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