PF faz operação contra garimpo ilegal de R$ 422 milhões na TIY

A Polícia Federal (PF) começou a cumprir nesta terça-feira (14) 16 mandados de busca e apreensão contra o comércio ilegal de ouro extraído da Terra Indígena Yanomami (TIY). A operação Avis Aurea tem ações nos estados de Roraima, São Paulo e Goiás.
Entre os alvos estão empresários, advogados e um servidor público do município de Boa Vista. A organização criminosa teria movimentado, pelo menos, R$ 422 milhões em cinco anos, de acordo com a polícia. A Justiça também determinou o bloqueio de bens de investigados. Já foram cumpridos 13 mandados, de acordo com o G1.
Segundo a PF, parte do grupo, baseado em Roraima, recebe valores de outras pessoas e empresas de outros locais com o fim de adquirir ouro de garimpos ilegais. O dinheiro é movimentado, principalmente, por via terrestre, saindo do Sudeste e Centro-Oeste.
Já o ouro sai de Roraima, transportado em aeronaves e com o apoio de funcionário de uma companhia aérea.
Uma das empresas suspeitas de participar do esquema já esteve envolvida em uma ação da PF que apreendeu 111 kg de ouro em um avião em Goiânia, em 2019.
De acordo com a PF, as investigações começaram depois da apreensão de mais de R$ 4 milhões em espécie, durante abordagem em um veículo no município de Cáceres (MT). O dinheiro seria apenas uma parte dos recursos, usados em negociações de ouro em Roraima.
Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.
A TIY é a maior reserva indígena do Brasil e, desde a década de 1980, é alvo de garimpeiros ilegais. O garimpo ilegal se intensificou nos últimos anos - incentivado principalmente por discursos anti-indígenas do ex-presidente Jair Bolsonaro -, causando a degradação da floresta e levando a uma crise humanitária de saúde sem precedentes entre os Yanomami, com quem os criminosos se mantiveram em conflito permanente.
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