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PF investiga troca de voto por vaga na fila do Sisreg em Queimados


(Foto: PF-RJ/Divulgação)
(Foto: PF-RJ/Divulgação)

A Polícia Federal (PF) iniciou nesta terça-feira (21) uma operação contra um esquema de compra de votos na eleição municipal de 2024 em Queimados, município da Baixada Fluminense. Em troca, os suspeitos negociavam vaga para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).


A Operação, batizada Saúde Eleitoral, cumpre nove mandados de busca e apreensão em endereços em Queimados e em Brasília. A Justiça também determinou o sequestro e bloqueio de bens, valores e ativos incompatíveis com a renda dos investigados, além do afastamento da função pública de alguns envolvidos nas fraudes.


De acordo com as denúncias, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde colocavam seus nomes e nomes de parentes para segurar vagas na fila de espera do Sisreg em troca de apoio político e voto nas eleições do ano passado.


Segundo as investigações, as vagas ficavam concentradas em um grupo político que depois usava como moeda de troca, em períodos eleitorais. Alguns dos investigados tinham mais de mil marcações no Sisreg, para consultas em diversas especialidades médicas  e exames, até de alta complexidade.


No nome de apenas uma servidora apontada como pessoa de confiança da ex-secretária de Saúde, Marcelle Nayda Pires Peixoto, foram feitas 1360 marcações.


A mesma suspeita recai sobre o ex-subsecretário de Saúde Altamiro do Nascimento Costa. Foram registradas mais de 87 marcações no nome dele, que é homem, incluindo mamografias e ultrassonografias vaginais.


A investigação teve início depois de denúncias apresentadas pela Câmara Municipal de Queimados.


De acordo com a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informação e corrupção eleitoral, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de reclusão.


Segundo o G1, a Prefeitura de Queimados declarou que não foi notificada pela Polícia Federal sobre a investigação, mas que está à disposição das autoridades.


À época das supostas irregularidades, a administração da cidade era feita pelo atual prefeito, Glauco Kaizer (União Brasil), reeleito em 2024.


Queimados tem cerca de 149 mil moradores, de acordo com a projeção de 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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