PGR denuncia ministro da Educação ao STF por homofobia

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (31), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pelo crime de homofobia.
A denúncia ocorre do âmbito de uma investigação sobre uma entrevista do ministro, em setembro de 2020, quando afirmou que adolescentes “optam” pelo “homossexualismo” por fazerem parte do que classificou como “famílias desajustadas”.
“Acho que o adolescente que, muitas vezes, opta por andar no caminho do homossexualismo [sic] tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, afirmou Ribeiro na entrevista.
“Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, mas nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato. […] São questões de valores e princípios”, completou o ministro, que também é pastor.
Preconceito e segregação
O ministro já foi flagrado em outras declarações preconceituosas e segregadoras. Em agosto do ano passado, ele declarou à TV Brasil que a "universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade". Na mesma entrevista, o ministro afirmou que, quando um aluno com deficiência é incluído em salas de aula comuns, ele não aprende e ainda "atrapalha" a aprendizagem dos colegas. Após repercussão negativa, o ministro tentou se justificar, e a emenda saiu pior que o soneto ao proferir outra frase considerada ofensiva. "Nós temos, hoje, 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência. O que o nosso governo fez: em vez de simplesmente jogá-los dentro de uma sala de aula, pelo 'inclusivismo', nós estamos criando salas especiais para que essas crianças possam receber o tratamento que merecem e precisam". Essa solução apregoada por Ribeiro é vista por especialistas como favorecimento à segregação.
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